sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Veja.com - Blog do Reinaldo Azevedo

O homem, a terra, a luta. Ou: por que ela incomoda tanto

Caros, vamos lá. Será um pouco longo, mas vale a pena.

Sabem quantos hectares já foram destinados a assentamentos de “sem-terra” no Brasil nos governos Lula e FHC? 80 milhões! Trata-se de dado incontestável, técnico. Sabem quantos são destinados, no Brasil inteiro, à produção de grãos? 65 milhões.

Vocês entenderam direito. Há mais terras, hoje, sob os “cuidados” do MST no Brasil do que destinadas à produção de alimentos em larga escala. O que se planta naqueles 80 milhões? Ninguém sabe direito. Ou se sabe: mistificação, ideologia, leninismo caboclo. Nos outros, nada menos de 141 milhões de toneladas de comida! Deu pra entender?

O agronegócio brasileiro tem sido o ÚNICO setor superavitário da economia brasileira há muitos anos. É o responsável pelos US$ 240 bilhões de reservas de que Lula se orgulha tanto, como se fossem obra sua. Não obstante, o setor rural vive cercado pelo banditismo ideológico, pelo preconceito de certa imprensa que imagina que comida barata nasça no Carrefour e no Pão-de-Açúcar e, obviamente, pelo amarelão mental que separa o Brasil entre as “vítimas pobrezinhas” do MST e os “tubarões do agronegócio”.

Pois bem. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) escreve hoje um artigo na Folha intitulado “A banalização das invasões”. Merece ser lido e mantido sempre à mão. Dá conta da realidade do campo e de certa loucura metódica que toma conta do país. Os nossos esquerdistas sempre tão dedicados ao estudo da “produção social da riqueza”, acreditam, por alguma razão, que O SETOR QUE GARANTE A ESTABILIDADE DA ECONOMIA não produz “riqueza social”. A comida mais barata do mundo — a brasileira!!! — parece ser obra de algum milagre, uma espécie de maná com que nos presenteia o Altíssimo, ou mesmo Lula, nem tão altíssimo assim.

O crime organizado que hoje cerca o campo é tratado como “movimento social”, e os produtores rurais, na imprensa, aparecem, muitas vezes, no papel de criminosos. TRATA-SE DE UM DELÍRIO MUITO TÍPICO DO ESQUERDISMO BOCÓ. As esquerdas são craques em transformar seus crimes em virtudes, e as virtudes alheias em crimes. Kátia Abreu, também presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), incomoda muito. Em vez da simples estridência do protesto, ela tem o mau gosto (para a militância obscurantista) de lidar com números. Segue o seu artigo, com um pequeno comentário meu ao fim de tudo.

O GIGANTESCO acampamento de 5.000 militantes do MST diante de 70 propriedades em São Paulo, seis das quais tomadas de assalto, invadidas com violência e depredações, no “Carnaval vermelho”, seria um escândalo em qualquer lugar do mundo, mesmo em regiões conflagradas por guerras ou revoluções. No Brasil atual, porém, fatos dessa natureza estão se tornando rotina. Como no famoso título de Durrenmatt, “seria cômico se não fosse sério”. Além de ser desmoralizante para uma nação democrática, pois as invasões violam o Código Civil -que protege expressamente o direito de propriedade de qualquer ameaça ou violência (artigo 1.210)-, é uma extravagante demonstração de desrespeito à Constituição e à própria Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Neste governo, temos média anual de 248 invasões, contra 166 no anterior. São números preocupantes. Demonstram que o país tem níveis democráticos absolutamente imaturos e, em muitas vezes, até inexistentes quanto ao direito de propriedade e à segurança jurídica no campo.

Para ampliar o poder da esquerda radical sobre órgãos federais e verbas públicas, grupos armados que investem na tese do conflito permanente tentando mudar à força o sistema de governo invadem cada vez mais. Esse mecanismo violento, ilegal e inquietante das invasões de propriedades produtivas atinge um segmento vital para o Brasil, já que a agropecuária responde por um terço dos empregos do país e pelo superavit de US$ 23 bilhões da balança comercial.

Não é possível supor que a violência do MST tenha se tornado rotina, que possa ser absorvida sem indignação na conta nebulosa de tolerância que se concede aos chamados “movimentos sociais”, que misturam organizações realmente empenhadas na meritória defesa de direitos civis com maquinações radicais, anacrônicas, marginais e, principalmente, corruptas.

Aliás, assim como a notícia do “Carnaval vermelho” escapou dos registros indignados, proporcionais à sua gravidade, também passou discretamente pelo noticiário a informação a respeito das 43 entidades ditas “privadas e sem fins lucrativos” de Santa Catarina que receberam R$ 11 milhões de recursos federais. Não por mera coincidência, essas entidades estavam sob o comando de notórios dirigentes de invasões de terras.

O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou o “aprofundamento” das análises de convênios firmados entre o Incra (órgão federal controlado pelo MST) e a Cooperativa dos Trabalhadores da Reforma Agrária de Santa Catarina, que é ligada ao mesmo MST. A Comissão Parlamentar de Inquérito criada para apurar se grupos armados que invadem terras recebem recursos públicos certamente vai fornecer mais dados sobre essa e outras distorções. Esses grupos de ativistas políticos radicais não têm compromisso com a reforma agrária. Se tivessem, em vez de desordem, aplicariam na melhoria dos assentamentos o dinheiro público que recebem. Nesses locais, inúmeras famílias vivem em situação extremamente precária, algumas em condições de extrema pobreza, conforme constatação de pesquisa Ibope.

Ao contrário das afirmações dos líderes desses grupos armados, a sociedade brasileira segue investindo no programa de reforma agrária. Juntos, os dois últimos governos (FHC e Lula) garantiram 80 milhões de hectares de terras para assentamentos. Só para fins de comparação: a área de produção de grãos do país ocupa, no total, 65 milhões de hectares e registra produção de 141 milhões de toneladas.

Esses investimentos poderiam ser maiores? Não sei. O que sei é que temos enormes deficits em todo o campo social. Nossas deficiências em saúde pública, em educação fundamental e moradia são conhecidas. Não contamos com serviços mínimos de segurança, como se a segurança não fosse a primeira condição para vivermos em liberdade. Há inúmeras demandas pressionando as estruturas do Estado, mas os recursos, infelizmente, são parcos e não dá para aumentar a já exorbitante carga de tributos.

Essa é a realidade do país que estamos enfrentando, no campo, com trabalho duro e muita esperança. Temos enorme paciência com as idas e vindas do tempo. Estamos acostumados às intempéries. O que não podemos mais tolerar são os retrocessos no Estado de Direito e a leniência de algumas das principais autoridades do país com o crime.

Invasão de terra é crime. E só países que aplicam a lei e a Justiça contra o crime avançam e melhoram, efetivamente, a vida de todos. O presidente da República não deveria mais se calar a respeito desse assunto. Antes que o MST ouse promover, como já está anunciado, o “abril vermelho”, o presidente da República deveria dizer uma palavra aos produtores de alimentos do país e a todos os brasileiros sobre a violência das invasões de terra. Quem cala consente. Com a palavra, o exmo. sr. presidente.

Encerro

Vamos lá, com a clareza habitual. Muitos perguntam neste blog e em toda parte: “Ela não seria uma ótima candidata a vice-presidente?” Eu acho que seria, claro! Por enquanto, entendem?

E vamos ver quanto tempo vai demorar para que mobilizem contra ela a máquina de enlamear reputações. A mesma lavanderia que transforma antigos “inimigos do povo” em flores do progressismo — a exemplo do
que o PT faz com José Sarney ou Delfim Netto — também se mobiliza para sujar biografias. E a máquina é poderosa, com ramificações na Polícia Federal, no Ministério Público, no Legislativo, no Judiciário e, SEM DÚVIDA NENHUMA, na imprensa.

Na semana passada, um aiatolá do PT, Dalmo Dallari, já saiu atirando contra Kátia Abreu. Ele considera um absurdo que ela seja senadora e presidente da CNA. Mas acha muito normal que o governo Lula seja, na prática, conduzido pelos sindicalistas da CUT e que o Incra seja um aparelho do MST. Entenderam a lógica do gigante?

A luta é longa e renhida.

Post publicado em 24/02/2010 por Reinaldo Azevedo
Fonte: Recebido por e.mail da CNA

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PECUÁRIA SUSTENTÁVEL SOB PRESSÃO

Por: Tatiana Freitas para O Estado de São Paulo

Projeto de regularização atraiu até agora apenas cerca de 10% dos produtores do Pará

O compromisso dos frigoríficos com a sustentabilidade encontra obstáculos no Pará. Em julho do ano passado, indústrias com maior presença no Estado assumiram compromisso de não comprar gado de fazendas em condições ilegais. Mas, para isso, necessitavam que os pecuaristas regularizassem a situação com o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O problema é que o prazo que permitia o comércio temporário em condições não ideais acabou em 31 de janeiro e, até agora, apenas 10% dos produtores do Pará fizeram o registro. A situação está restringindo a oferta de animais no Estado, já com reflexos no ritmo dos abates e nos preços do Boi gordo.

A polêmica teve início em junho passado, com a publicação do relatório Farra do Boi na Amazônia, do Greenpeace. O relatório acusava o setor de ser o principal responsável pelo desmatamento no bioma amazônico. Na mesma época, o Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) entrou com ação pública contra a criação e compra de gado da região. As indústrias e as redes de varejo, aos poucos, assumiram o compromisso de boicotar a compra de carne de áreas devastadas.

Em julho passado, Bertin e Minerva assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPF comprometendo-se a não comprar gado de fazendas que estivessem nas listas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério do Trabalho. Na prática, as empresas se comprometeram a não comprar gado de fazendas que tenham ultrapassado o limite de 20% da área de desmatamento, que estejam em unidades de conservação e terras indígenas ou que tenham relação com trabalho escravo.

O CAR é o primeiro passo para regulamentar a propriedade. Mas a adesão é baixa. Cerca de 12 mil cadastros foram feitos desde meados de 2009, segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema).

O número equivale a aproximadamente 10% das 110 mil fazendas do Pará. Esse tipo de providência não se resolve de um dia para outro, vai demorar alguns anos para se concretizar. Esse prazo é resultado de um acordo entre o MP e os frigoríficos. Não participamos disso, diz o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier. Segundo ele, os produtores encontraram no alto custo do cadastro uma dificuldade para fazê-lo. Ele explicou que a Sema exigia que a tomada das coordenadas geográficas fosse feita por um técnico contratado, e o custo desse trabalho aproximava-se de R$ 50 mil. Isso fez com que o CAR não tivesse adesão.

CAR PROVISÓRIO
Diante das dificuldades, o processo foi simplificado. A Sema está permitindo que os pecuaristas façam um CAR provisório, que já é suficiente para o fim do embargo às propriedades. Ele é autodeclaratório e pode ser realizado pela internet, em um processo semelhante ao da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física. Depois disso, as informações serão checadas. O governo também permitiu que os produtores recolhessem as coordenadas geográficas por meio de um GPS comum. Ficou mais barato, admite Xavier.

A engenheira agrônoma da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Tatiana de Carvalho, atribui a baixa adesão ao fato de muitas propriedades não apresentarem requisitos mínimos para a regularização. Existe resistência porque há muitas propriedades em situação irregular. Muitos produtores não têm título de propriedade da terra, estão em áreas indígenas ou em unidades de conservação. Para muitos, interessa estar invisível ao Estado, diz.

Um executivo de uma grande indústria do setor, que prefere não ser identificado, vê na burocracia brasileira o principal entrave ao CAR. Segundo ele, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), MP, Ibama e governos estaduais não atuam de forma coordenada, o que acaba gerando insegurança no produtor rural. A fonte conta que alguns pecuaristas que fizeram o CAR foram multados em seguida pelo Ibama porque não tinham especificado em registro a área de reserva legal, apesar de o TAC conceder um prazo para a regularização. O pessoal não queria mais se registrar porque temia multas, diz.

O procurador geral da República em Belém, Daniel Azeredo, minimizou o número limitado de cadastros. Para quem conhece a realidade amazônica, já é algum resultado, diz. De acordo com ele, antes da ação do MPF havia 600 propriedades cadastradas.


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A tempo:
Existe no mínimo um equívoco por parte do Senhor Carlos Xavier quando afirma que o CAR custava cerca de R$ 50.000,00... É possível que o referido Senhor esteja se referindo ao Georreferenciamento de Propriedades com aparelhos de precisão, o que NUNCA FOI OBRIGADO para o CAR. E um valor desses seria para uma ENORME propriedade com GRANDES problemas Cartorários...
No CAR, não existe em local nenhum, em nenhuma de suas legislações (Decreto e Instruções Normativas) que especifiquem a obrigatoriedade de Georreferenciamento com aparelhos de precisão. Esta obrigatoriedade se dá sim em função do Recadastramento das Proprieades Rurais (de toda a Amazônia Legal) junto ao INCRA, para que as áreas reais sejam conhecidas e certificadas pelo órgão fundiário.
Infelismente, ainda existem pessoas que leem esse tipo de informação e as tomam como verdades. Deveriam estar mais próximas do campo e dos produtores rurais para conhecer a realidade.

Quanto a obrigatoriedade de o CAR ser feito por um Profissional Habilitado, isso está CORRETÍSSIMO, pois o simples erro de Zona ou Fuso, na hora do lançamento do Mapa Digital para o CAR, inviabiliza todo o processo. Conhecimento custa caro e enquanto isso não for do entendimento de todos, o Brasil vai continuar a ser o país (com P minúsculo mesmo...) do "jeitinho", onde nada e nunca realmente se resolvem as coisas...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Lei mais AVANÇADA do mundo.

Reproduzo post do Blog Código Florestal Brasileiro sobre a mais Fabulosa, Perfeita e Avançada Legislação Ambiental do mundo. O título dele não poderia ser melhor...
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O melhor post desse blog

Nunca antes na história desse blog houve um post tão porreta como este.

Um abençoado publicou ontem na internet a íntegra da Exposição de Motivos e o Ante-projeto de lei que deu origem ao Código Florestal sancionado pelo General Castelo Branco em 1965 durante a ditadura militar. Não é possível mensurar a quantidade de fungos que eu já aspirei procurando esse texto em todas as bibliotecas a que já tive acesso.

Ponho aqui o texto a disposição para quem quiser lê-lo: Exposição de Motivos do Código Florestal de 1965 o arquivo tem também o Anteprojete de Lei elaborado pela grupo de trabalho que reconstruiu o Código Florestal na década de 60 do século passado.

Os textos são impressionantes.

O anteprojeto criava as APP com funções ligadas a proteção de recursos hídricos e a Reserva Legal com função de fonte de abastecimento de madeira.
A RL não tinha nasceu com função de proteção ambiental
O ônus da preservação era público:
Reconhecia a impossibilidade de legislar uniformemente para todo o país e delega aos estados a regulamentação de especificidades locais:

(NA POSTAGEM ORIGINAL É POSSÍVEL VISUALIZAR RECORTES DO TEXTO ORIGINAL)

O anteprojeto reconhecia que a imposição do uso florestal tira eficiência da produção agrícola e sugeria a compensação dos proprietários que decidissem pela preservação.

Excepcional espírito público é o termo. Espero que gostem da leitura. Já publiquei aqui no blog a exposição de motivos da MP 1.511 que elevou a RL na Amazônia para 80% e deu origem à MP 2.166 que vigora até hoje deformando o Código Florestal. Se alguém tiver a exposição de motivos da Código de 34 e puder me mandar, ficarei grato. Já desisti de procurar.
 
Postado por Ciro Siqueira

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O dogma derrete antes das geleiras

Quem duvida do aquecimento global é tratado como inimigo da humanidade. Agora, revelações sobre manipulações e fraudes nos relatórios climáticos mostram que os céticos devem ser levados a sério.
Por Okky de Souza

Bill Stevenson/Corbis/Latinstock
Nos últimos anos, a discussão sobre o aquecimento global e suas consequências se tornou onipresente entre governos, empresas e cidadãos. É louvável que todos queiram salvar o planeta, mas o debate sobre como fazê-lo chegou ao patamar da irracionalidade. Entre cientistas e ambientalistas, estabeleceu-se uma espécie de fervor fanático e doutrinário pelas conclusões pessimistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU. Segundo elas, ou se tomam providências radicais para cortar as emissões de gases do efeito estufa decorrentes da atividade humana, ou o mundo chegará ao fim do século XXI à beira de uma catástrofe. Nos últimos três meses, numa reviravolta espetacular, a doutrina do aquecimento global vem se desmanchando na esteira de uma série de escândalos. Descobriu-se que muitas das pesquisas que dão sustentação aos relatórios emi-tidos pelo IPCC não passam de especulação sem base científica. Pior que isso: os cientistas que conduzem esses estudos manipularam dados para amparar suas conclusões.

O primeiro abalo na doutrina do aquecimento global se deu no fim do ano passado, quando um grupo de hackers capturou e divulgou mais de 1 000 e-mails trocados entre cientistas ligados à Universidade de East Anglia, na Inglaterra, o principal centro mundial de climatologia. As mensagens revelam que cientistas distorceram gráficos para provar que o planeta nunca esteve tão quente nos últimos 1 000 anos. As trocas de e-mails também mostraram que os climatologistas defensores da tese do aquecimento global boicotam os colegas que divergem de suas opiniões, recusando-se a repassar dados das pesquisas que realizam. Os e-mails deixam claro, ainda, que o grupo dos catastrofistas age para tentar impedir que os céticos (como são chamados os cientistas que divergem das teses do IPCC) publiquem seus trabalhos nas revistas científicas mais prestigiadas.

O climatologista in-glês Phil Jones, diretor do Centro de Pesquisas Climáticas da Universidade de East Anglia, sumo sacerdote do dogma da mudança climática e responsável pelos e-mails mais comprometedores, protagonizou o episódio mais dramático de reconhecimento de que muito do que divulga o IPCC não passa de má ciência. Em entrevista concedida depois de se tornar público que ele próprio tinha manipulado dados, Jones admitiu que, em dois períodos (1860-1880 e 1910-1940), o mundo viveu um aquecimento global semelhante ao que ocorre agora, sem que se possa culpar a atividade humana por isso. O climatologista reconheceu também que desde 1995 o mundo não experimenta aquecimento algum.
Universidade East Anglia/divulgação
A reputação do IPCC sofreu um abalo tectônico no início do ano, quando se descobriu um erro grosseiro numa das pesquisas que compõem seu último relatório, divulgado em 2007. O texto afirma que as geleiras do Himalaia podem desaparecer até 2035, por causa do aquecimento global. O derretimento teria consequências devastadoras para bilhões de pessoas na Ásia que dependem da água produzida pelo degelo nas montanhas. Os próprios cientistas que compõem o IPCC reconheceram que a previsão não tem o menor fundamento científico e foi elaborada com base em uma especulação. O mais espantoso é que essa bobagem foi tratada como verdade incontestável por três anos, desde a publicação do documento.

Não demorou para que a fraude fosse creditada a interesses pessoais do presidente do IPCC, o climatologista indiano Rajendra Pachauri, cuja renúncia vem sendo pedida com veemência por muitos cientistas. Pachauri é diretor do instituto de pesquisas Teri, de Nova Délhi, agraciado pela Fundação Carnegie, dos Estados Unidos, com um fundo de meio milhão de dólares destinado a realizar pesquisas... nas geleiras do Himalaia. A mentira sobre o Himalaia já havia sido denunciada por um estudo encomendado pelo Ministério do Ambiente da Índia, mas o documento foi desqualificado por Pachauri como sendo "ciência de vodu". Os relatórios do IPCC são elaborados por 3 000 cientistas de todo o mundo e, por enquanto, formam o melhor conjunto de informações disponível para estudar os fenômenos climáticos. O erro está em considerá-lo infalível e, o que é pior, transformar suas conclusões em dogmas.

IPCC, Um Himalaia de Falsidades...

Por: Geraldo Lino (Alerta em Rede)

Definitivamente, o clima não se mostra favorável para o conjunto de interesses que transformou o aquecimento global antropogênico em uma verdadeira indústria. Nos últimos meses, uma sucessão de acontecimentos tem contribuído para minar a credibilidade dos cenários catastrofistas que sustentam a delirante agenda de limitação dos usos dos combustíveis fósseis pretendida por tais círculos. Primeiro, a eclosão do escândalo “Climagate”, com o vazamento de e-mails e documentos do Centro de Pesquisas Climáticas da Universidade de East Anglia, que explicitou as práticas nada científicas de alguns dos principais cientistas que responsabilizam a Humanidade pela alta de temperaturas ocorrida entre o final do século XIX e o final do XX. Logo em seguida, o fiasco da Conferência de Copenhague, onde ficou evidenciado que, para a maioria dos atores políticos e econômicos engajados na pauta “aquecimentista”, a questão se resume a quem deve desembolsar e quem deve embolsar o dinheiro resultante da transformação do carbono em mercadoria internacional. Agora, o próprio templo do “aquecimentismo”, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que já vinha sendo questionado por sua defesa incondicional dos personagens do “Climagate”, encontra-se na alça de mira por conta do escasso rigor científico de informações apresentadas no seu celebrado relatório de 2007, geralmente apresentado como o estado da arte sobre o assunto.

A polêmica envolve as geleiras da cordilheira do Himalaia, que, segundo o relatório, “estão recuando mais rapidamente do que em qualquer outra parte do mundo” e poderiam desaparecer até 2035. Em novembro último, a afirmativa foi contestada em um relatório oficial do governo indiano, elaborado por alguns dos principais glaciologistas do país, o que levou o presidente do IPCC, o engenheiro e economista indiano Rajenda Pachauri, a denunciar o documento como “ciência vudu”, por não ter sido submetido ao processo de revisão por pares. Ocorre que, assim como se verifica com numerosas outras afirmativas encontradas nos documentos do IPCC, o prognóstico não tem qualquer base científica e, pior ainda, sequer foi submetido à revisão por pares.

O “prognóstico” original foi feito em 1999 pelo glaciologista Syed Hasnain, então na Universidade Jawaharlal Nehru, em uma entrevista telefônica ao jornalista ambiental Fred Pearce, que o citou em sua coluna na revista New Scientist. Posteriormente, em 2005, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) repetiu a citação em um relatório sobre as geleiras asiáticas – e este relatório de uma das ONGs líderes do movimento ambientalista internacional foi a fonte para o relatório do IPCC! Hasnain, que jamais publicou qualquer artigo com tais números, admitiu que eles resultaram de uma mera “especulação”. A trama foi revelada pelos jornalistas do The Times Jonathan Leake e Chris Hastings, na edição de 17 de janeiro do diário londrino.

Confrontado com as evidências, o IPCC empenhou-se em um canhestro esforço de “controle de danos”. O climatologista Murari Lal, que supervisionou o capítulo sobre geleiras do relatório do IPCC, limitou-se, inicialmente, a recomendar a exclusão do texto: “Se Hasnain diz, oficialmente, que nunca afirmou isso, ou que é um pressuposto errado, eu recomendarei que a afirmativa sobre as geleiras do Himalaia sejam removidas de futuras avaliações do IPCC.”

Uma nota oficial do órgão admite que, “na redação do parágrafo em questão, os claros e bem estabelecidos critérios de evidências requeridos pelos procedimentos do IPCC não foram aplicados corretamente”. Porém, para não dar o braço a torcer, a nota “reafirma o nosso forte compromisso em assegurar esse nível de desempenho”.

Em entrevista à BBC (19/01/2010), o vice-presidente do IPCC, Jean-Pascal van Ypersele, tentou um contra-ataque, admitindo o erro, mas ressaltando: “Eu não vejo como um erro em um relatório de 3 mil páginas possa prejudicar a credibilidade do relatório como um todo. Algumas pessoas tentarão usar isso para prejudicar a credibilidade do IPCC, mas, se nós podemos descobrir, explicar e mudar isso, a credibilidade do IPCC deve ser reforçada, mostrando que estamos prontos a aprender com os nossos erros.”

Mas o imbróglio não se encerra por aí. Em entrevista ao jornalista David Rose, do Daily Mail (24/01/2010), o Dr Lal admitiu que, quando trabalhava na elaboração do relatório de 2007, já sabia da inconsistência da informação e a manteve assim mesmo. Em suas palavras:

Ela se relacionava a vários países na região e às suas fontes de água [o degelo do Himalaia alimenta os maiores rios que fluem para o subcontinente indiano]. Nós pensávamos que, se pudéssemos ressaltar isso, provocaria um impacto nos formuladores de políticas e nos políticos e os incentivaria a tomar medidas concretas. Isso era importante para a região, então, achamos que deveríamos colocar.

Ou seja, um dos principais redatores do IPCC admite sem melindres que ele e seus colegas inseriram no relatório uma informação que sabiam ser falsa, por motivações políticas!

E tem mais. Como revelou Richard North, no blog EUReferendum (18/01/2010), os doutores Hasnain e Pachauri tiraram proveito das informações alarmistas sobre as geleiras do Himalaia para criar um lucrativo programa de pesquisas sobre o assunto. O TERI-NA (The Energy and Resources Institute-North America), ONG criada em 1990 para promover soluções de mercado para problemas ambientais, igualmente presidida por Pachauri, conseguiu em 2008 uma doação de 500 mil dólares da Fundação Carnegie, para estabelecer um programa para “pesquisa, análise e treinamento em segurança e desafios humanitários relacionados à água nos países do Sul da Ásia, causados pelo degelo dos glaciares do Himalaia”. Para encabeçar o esforço, foi escolhido ninguém menos que o Dr. Hasnain.

Possivelmente, o melhor resumo dessa história, que denota a deplorável submissão da ciência à ideologia ambientalista e aos grandes interesses políticos e econômicos, foi feito pelo colunista do Daily Telegraph James Delingpole (18/01/2910): “Então, para recapitular: em meio a uma deturpada conversa telefônica, um cientista inventa acidentalmente um problema que não existe. Isto é publicado como um evangelho numa influente revista científica aquecimentista e repetido por uma ONG aquecimentista, antes de receber a plena autoridade do quarto relatório de avaliação do IPCC, que, como sabemos, não pode estar errado porque é aprovado por cerca de 2.500 cientistas. Então, por trás dessa história inverídica, o cientista consegue um bem remunerado trabalho na instituição cujo diretor também está a cargo do IPCC. Trabalho agradável, se se pode inventá-lo, não?
 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tendência do PT expulsa superintendente (saiu no Blog do Val-André)

Esquenta o clima na tendência 'PT pra Valer'. O militante Raimundo de Oliveira Filho, atual superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Marabá, foi expulso das fileiras do grupo.

Segundo uma resolução da coordenação estadual da 'PT Pra Valer', a decisão foi tomada porque Raimundo descumpriu acordos; expôs publicamente, inclusive na imprensa, as divergências internas, ferindo a ética, os estatutos e a tradição partidária; e traiu a confiança que lhe foi depositada pelo deputado federal Zé Geraldo, pela deputada estadual Bernadete ten Caten e pelo conjunto da direção estadual da tendência. Além disso, o comportamento adotado pelo superintendente do Incra de Marabá teria lhe custado, inclusive, o cargo de superintendente.

De acordo com a deputada Bernadete ten Caten, nos próximos dias será publicada, no Diário Oficial da União, a exoneração de Raimundo Oliveira. Ela afirma que a própria governadora Ana Júlia Carepa ligou, no sábado, para o presidente do Incra para tratar do assunto. Por enquanto, Jandir Merla, atual adjunto do Incra de Marabá, está no lugar de Raimundo, que está de férias. Porém, ainda segundo a resolução da 'PT pra Valer' enviada à Imprensa, Rosinete Lima da Silva, indicada pela direção da tendência, é quem irá assumir a superintendência. 'Nós fizemos uma estratégia de trabalho e ele descumpriu esse acordo', disse Bernadete, que não quis entrar em mais detalhes.

Fonte: O Liberal.
Publicado por Val-André Mutran as Quinta-feira, Fevereiro 04, 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Até que enfim... até que enfim...

Ao menos uma luz no fim do túnel... (sem trocadilhos). Ninguem imagina ficar sem TV, condicionador de ar, chuveiro elétrico... mas é só falar em construir novas usinas e o bicho pega. Na hora de colocar a tomada na posição "ON" os cariocas de Ipanema estão pouco se lixando de onde vem a energia...
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Leilão de Belo Monte deve ocorrer na primeira semana de abril

Luana Lourenço e Alana Gandra (Repórteres da Agência Brasil)
Brasília e Rio de Janeiro

O Ministério de Minas e Energia deve realizar o leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA) nos primeiros dias de abril. O empreendimento teve a licença prévia concedida hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo com a Eletrobras, que financiou os estudos de impacto ambiental do projeto e deve integrar os consórcios que concorrerão no certame, o edital deve ser divulgado em breve pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A obra está orçada em pelo menos R$ 20 bilhões.

O leilão chegou a ser marcado para dezembro, mas foi adiado por falta da licença ambiental.

O principal empreendimento energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Belo Monte terá capacidade para gerar cerca de 11 mil megawatts e será a segunda maior hidrelétrica do país, atrás apenas de Itaipu. A previsão é que a usina comece a operar em 2015.

No Rio de Janeiro, a Eletrobrás não quis comentar a licença prévia para as obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), embora considerasse o fato positivo.

Por meio da assessoria de imprensa, a empresa comunicou apenas que prefere se manifestar quando for participar do leilão de Belo Monte, previsto para o início de abril. De acordo com a estimativa do Ministério de Minas e Energia (MME).

Edição: Aécio Amado