segunda-feira, 30 de abril de 2012

Aquecimento Global: Pai da "hipótese Gaia" se retrata de seu alarmismo


James Lovelock, criador da hipótese ambientalista segundo a qual a Terra formaria um só organismo “vivo” apelidado “Gaia”, admitiu em entrevista à MSNBC que foi “alarmista” a respeito de “mudança climática”.

À guisa de desencargo de consciência, comentou que também outros ambientalistas famosos, como Al Gore, caíram no mesmo erro.

Um dos pais fundadores do ambientalismo hodierno, Lovelock tem esperança de que a suspirada “mudança climática” ainda aconteça, mas lamentou que não virá tão rápido quanto ele anunciava.

Em 2006, em artigo no jornal inglês “The Independent”, Lovelock escreveu que “antes do fim deste século bilhões de homens terão morrido e os poucos casais que sobrevivam ficarão no Ártico, onde o clima ainda será tolerável”. 

Agora, em entrevista telefônica com a MSNBC, reconheceu que estava “extrapolando demais”. 

Parafraseando os argumentos dos cientistas objetivos, explicou: 
– “O problema é que não sabemos o que é que o clima vai fazer. Há 20 anos nós achávamos que sabíamos. Isso nos levou a escrever alguns livros alarmistas – o meu inclusive – porque parecia evidente, porém não aconteceu”.

– “O clima está fazendo suas trapaças habituais. Em verdade, não há muita coisa acontecendo ainda, quando nós deveríamos estar num mundo a meio caminho da fritura”.

– “O mundo não se aqueceu muito desde o milênio. Doze anos é um tempo razoável ... ela [a temperatura] manteve-se praticamente constante, quando deveria ter ido aumentando”.
Em 2007, a revista “Time” incluiu Lovelock na lista dos 13 líderes e visionários “Heróis do Meio Ambiente”, onde também figuravam Al Gore, Mikhail Gorbachev e Robert Redford.

Interrogado se agora tinha virado um “cético” do aquecimento global, Lovelock respondeu à MSNBC: “Depende do que o Sr. entende por “cético”. Eu não sou um negacionista”.

Ele explicou que ainda acredita que a mudança climática esteja acontecendo, mas que seus efeitos serão sentidos num futuro mais longínquo do que se acreditava. “Teremos o aquecimento global, mas ficou adiado um pouco”, explicou.

“Eu cometi um erro”

Lovelock esclareceu que não se importava em dizer: “Tudo bem, eu cometi um erro”. 

Na entrevista, ele insistiu que não tirava uma só palavra de seu livro base “Gaia: um novo olhar dobre a vida na Terra”, publicado em 1979. Mas reconheceu que no livro “A vingança de Gaia”, de 2006, ele tinha ido longe demais falando da Terra superaquecida no fim do século.

– “Eu deveria ter sido um pouco mais cauteloso, porém, teria estragado o livro”, brincou cinicamente.

Militantes ambientalistas só puderam concordar, embora desanimados, com o mea culpa de Lovelock.

Peter Stott, chefe do monitoramento do clima no Met Office Hadley Centre, da Inglaterra, disse que o guru foi alarmista demais prevendo que os homens seriam obrigados a viver no Ártico por causa do “aquecimento global”. Também concordou que o aquecimento dos últimos anos foi menor do que o previsto pelos modelos climáticos. 

Keya Chatterjee, diretor internacional de política climática do grupo ambientalista WWF-EUA, disse em comunicado que estava “difícil não se sentir esmagado e ficar derrotista”, e sublinhou que a conversa alarmista não ajuda a convencer as pessoas.

A credibilidade das hipóteses ambientalistas está efetivamente caindo cada vez mais baixo.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Guru ambiental James Lovelock admite: "Fui alarmista sobre o clima"


Lovelock ficou famoso ao propôr a hipótese de Gaia, segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada um gigantesco superorganismo
Aos 92 anos, James Lovelock, um dos cientistas pensadores mais influentes em meio ambiente – e um dos mais apocalípticos sobre os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global – está revendo suas ideias. Em entrevista ao site MSNBC, ele admitiu ter sido “alarmista” em suas previsões.
Famoso por propor a hipótese de Gaia, também conhecida como hipótese biogeoquímica, segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada como um gigantesco superorganismo, o britânico prepara um novo livro onde confessa que as mudanças climáticas estão, sim, em curso, mas de forma muito mais lenta do que previa no passado.
Extrapolei, fui longe demais”, diz o cientista, para quem o clima está realizando truques habituais. “Não há nada realmente acontecendo ainda. Nós deveríamos estar a meio caminho em direção a um mundo em estado de ´fritamento´ agora", disse ele.
De acordo com a reportagem, em sua nova obra, prevista para ser lançada em 2013, Lovelock vai abordar possíveis caminhos para humanidade agir a fim de ajudar a regular os sistemas naturais da Terra.
A publicação será a terceira de uma trilogia que conta com a “Vingança de Gaia”, sobre como o planeta está se tornando hostil aos seres humanos e como poderíamos sobreviver, e "Gaia: Alerta Final”.
Na entrevista, Lovelock também apontou Al Gore com seu documentário "Uma Verdade Inconveniente" e Tim Flannery, autor do livro "Os gestores de tempo" como outros exemplos de pensadores "alarmistas" em suas previsões do futuro.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Novo Código Florestal: Reforma Agrária vermelha do comunismo reaparece disfarçada de verde

Em Brasília, nos últimos dias úteis da semana que passou, foi entregue em mãos aos Senhores Deputados e  seus chefes de gabinete uma entrevista especial, sobre tema que paira como uma ameaça sobre o futuro do Brasil.


O entrevistado é o príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, coordenador e porta-voz do movimento Paz no Campo, e versa sobre o projeto de Novo Código Florestal que a Câmara está debatendo. Esse projeto, sobre tudo na radical versão aprovada no Senado, constitui um dos mais ousados lances da ofensiva “vermelha”, disfarçada sob o Verde do ambientalismo.
Reproduzimos a seguir a íntegra da mesma:


Novo Código Florestal: perseguição 
aos produtores rurais brasileiros
Se o novo Código Florestal for aplicado, nossa agropecuária ficará “engessada”. Por que tanta perseguição ao agricultor? A Reforma Agrária que sob a bandeira vermelha do comunismo não se conseguiu implantar, reaparece disfarçada na bandeira verde do ambientalismo.
 
Dom Bertrand: “o superávit de nossa balança comercial
se deveu aos beneméritos produtores rurais.
Não há explicação para se perseguir tanto essa classe”
Trineto de Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel, a Redentora, Dom Bertrand de Orleans e Bragança é advogado formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da USP. Coordenador e porta-voz do movimento Paz no Campo, tem percorrido o Brasil fazendo palestras para produtores rurais, empresários e estudantes. Nelas o príncipe defende a propriedade privada e a livre iniciativa, alertando para os efeitos deletérios da Reforma Agrária e dos movimentos ditos sociais que tentam afastar o Brasil dos rumos benditos da civilização cristã.
Em recente entrevista de uma hora concedida à TV Canal do Boi, Dom Bertrand defendeu, com a ênfase que lhe é própria, o direito de propriedade contra os atropelos do propalado projeto de novo Código Florestal. Catolicismo quis então entrevistá-lo, a fim de que esclarecesse nossos leitores sobre os riscos que o ambientalismo radical propugnado por certas Ongs representa para a agropecuária brasileira. No momento da entrevista, conduzida pelo jornalista Nelson Barretto, o projeto continuava em discussão na Câmara.
*        *        *

Catolicismo — Quais são os riscos que o projeto de novo Código Florestal, em fase final de votação na Câmara dos Deputados, representa para a agropecuária brasileira e o seu desempenho?
Dom Bertrand — Considero que há muitos riscos. Caso prevaleça a redação que lhe foi dada e aprovada no Senado, o novo Código Florestal causará uma perda para a agricultura de 33 milhões de hectares, segundo estimativas de um dirigente do Ministério do Meio Ambiente. Para outros técnicos, tal área poderá atingir 60 milhões de hectares, o que representa um prejuízo anual de 46 bilhões de reais na produção oriunda do meio rural. Dentro da crise econômica mundial, todos sabem que foi a agropecuária que salvou o Brasil. O superávit de nossa balança comercial se deveu aos beneméritos produtores rurais, e por isso não há qualquer explicação para se perseguir tanto a classe à qual eles pertencem.
Para que se possa ter uma ideia disso, note-se que, além de alimentar todo o povo brasileiro, nossos agricultores fizeram com que o Brasil se tornasse o segundo maior exportador de alimentos do mundo. E é também graças ao incansável e pouco valorizado trabalho deles que o alimento chega a cada ano proporcionalmente mais barato à mesa dos brasileiros. O normal seria que as autoridades e os citadinos reconhecessem o empenho desses verdadeiros heróis, que são paradoxalmente os grandes perseguidos com as leis ambientais e com o projeto de novo Código Florestal!


“O Código Florestal limita fortemente o direito de propriedade,
na exploração do solo e das florestas”
Catolicismo — Os fautores dessas leis alegam a preservação do meio ambiente!
Dom Bertrand — Na realidade, fala-se muito de poluição, aquecimento global, etc. Embora a poluição evidentemente exista, o maior responsável por ela não é o agricultor, mas são as cidades. Há estudos comprovando isso. Entretanto, somente o ruralista é responsabilizado. O agricultor, eu repito, é um dos grandes beneméritos do Brasil atual.
         Além disso, o Brasil é o País com mais áreas protegidas em todo o mundo: 2,4 milhões de quilômetros quadrados, 28% de seu território. E o único que ainda preserva 69% de sua vegetação natural.
É precisamente por essas razoes que criamos e mantemos a nossa campanha Paz no Campo, a qual visa propiciar condições para que os agricultores possam cumprir tranquilamente a sua missão. Não apenas no tocante às suas respectivas famílias e ao conjunto da agricultura brasileira, mas também em relação ao mundo, que num futuro próximo vai depender em boa medida do Brasil.
Segundo levantamento realizado pela FAO, órgão da ONU encarregado dos alimentos, faltará alimentos para sustentar a população mundial e o único país com meios para atender às necessidades do mundo é nosso País.


Catolicismo — Nossos leitores certamente gostariam de saber como foi gestada essa legislação ambiental. Seria possível fazer um breve relato de sua gênese e desenvolvimento?
Dom Bertrand — O Código Florestal de 1965 era uma boa lei para a época. Ele foi elaborado a partir de um estudo sério sobre a legislação florestal no mundo e no Brasil de então. E conseguiu reunir as preocupações existentes com as florestas ao longo de nossa história; desde o Brasil-Colônia, com as Ordenações do Reino, depois com as Leis Imperiais que preservavam as “madeiras de lei” e o seu manejo, para que sempre houvesse madeira para a construção e indústria. Estabeleceu, assim, uma reserva de 25% das florestas existentes (e não 25% do total da propriedade). Mas ao longo desses 47 anos o Código Florestal original foi sendo modificado por meio de alterações substanciais, e nunca constituiu matéria votada pelo Congresso Nacional. Aliás, consta que este nem sequer foi consultado a propósito.
Paz no Campo propicia condições para que os agricultores
cumpram tranquilamente a sua missão”
Em 1996, sob a influência do Ministério do Meio Ambiente, ambientalistas radicais, perseguidores do agronegócio e da propriedade privada, passaram a “legislar” através de medidas provisórias, decretos, portarias, instruções normativas, resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Chegamos, assim, ao absurdo de um verdadeiro entulho ambientalista com mais de 16.000 dispositivos! Todo esse cipoal de medidas provisórias e de portarias não faz senão retroceder e engessar substancialmente a produção, o emprego, a renda do campo e a arrecadação dos municípios.
O Código Florestal assim entulhado acabou por estabelecer fortes limites ao direito de propriedade, tanto no uso quanto na exploração do solo e das florestas. De início, a Reserva Legal prevista abarcava apenas 25% das florestas existentes. Mais tarde chegou a atingir 20% da propriedade rural. Hoje, tal percentual chega a 80% na região amazônica, 35% no cerrado e 20% nas demais áreas do País. Já em 1986 havia sido adicionado o conceito novo de Áreas de Preservação Permanente (APPs) foi adicionado em 1986.
Uma agravante surgiu a partir de 1998. O Código Florestal passou a incorporar a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), a qual transformou diversas infrações administrativas em delito. Tal mudança permitiu aos órgãos de fiscalização ambiental aplicar aos “infratores” multas escorchantes, às vezes ultrapassando o valor de suas propriedades, além da probabilidade de acarretar prisão.
Todo esse conjunto de normas, somado às diretrizes provenientes de legislações envolvendo terras indígenas, proteção ambiental e quilombolas, deixará engessado (no jargão de hoje, significa que será proibida a exploração) em torno de 74% do território nacional, aberração jamais vista na história de qualquer nação.


Catolicismo — Dom Bertrand acaba de se referir à Lei de Crimes Ambientais a partir de 1998. Poderia nos falar sobre as implicações dela na classe rural?
Dom Bertrand — A legislação coloca na ilegalidade mais de 90% do universo de 5,2 milhões de propriedades rurais do País. Atividades inteiras viram-se do dia para a noite à margem da lei, submetidas às pressões e sanções dos órgãos ambientais e do Ministério Público. Homens do campo cumpridores da lei, que nunca antes tinham passado por tribunais ou delegacias de polícia, viram-se de repente arrastados por processos, acusações e delitos que não sabiam ter praticado. Chegou mesmo a haver lamentáveis casos de suicídio, bem como de abandono das propriedades por aqueles que não suportaram a situação em que foram colhidos.
De acordo com o próprio relatório do projeto de novo Código Florestal aprovado em primeira votação na Câmara, os dispositivos legais existentes podem transformar em crime ambiental o próprio ato de viver. Percorrendo o labirinto legal de milhares de normas entre leis, portarias, instruções normativas, decretos, resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e legislações estaduais, a autoridade ambiental ou policial pode interpretar como crime ambiental a simples extração de uma minhoca na margem de um riacho.
Pode incriminar ainda a tradição indígena e camponesa de fermentar a mandioca usando livremente o curso d’água; a extração do barro para rebocar as paredes das casas de taipa dos moradores da roça; a extração do pipiri para a confecção das tradicionais esteiras do Nordeste, ou as atividades seculares das populações ribeirinhas por toda a Amazônia.
“O Brasil poderá passar de exportador
de alimentos a importador, no momento
em que o mundo mais precisa”
No Rio de Janeiro, cogitou-se a retirada de centenárias jaqueiras situadas em florestas públicas, a pretexto de se tratar de árvores exóticas, não nativas da Mata Atlântica. Rigorosamente, é verdade, a jaqueira é originária da Ásia, mas por aqui aportou no século XVII e foi usada no reflorestamento do maciço da Tijuca por ordem de D. Pedro II. Seria o caso de se requerer ao Ministério da Justiça a naturalização da espécie, algo que qualquer cidadão pode alcançar com meros cinco anos de residência fixa no País...
A criação bovina nas planícies pantaneiras passou para a ilegalidade. No bioma mais preservado do Brasil, o boi é criado em capim nativo, método totalmente sustentável, mas que se tornou ilegal a partir da legislação que considera todo o Pantanal Área de Preservação Permanente (APP). Fora da lei estão também 75% dos produtores de arroz, por cultivarem em várzeas, prática adotada há milênios na China, na Índia e no Vietnã, para não falar de produtores europeus e norte-americanos que usam suas várzeas há séculos para a agricultura.
Em desacordo com a norma legal encontra-se também boa parte da banana produzida no Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, a qual abastece 20 milhões de consumidores a pouco mais de 100 quilômetros do centro de produção. A situação é igual para milhares de agricultores que cultivam café, maçã e uva em encostas e topos de morros em Minas, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Catolicismo — Dom Bertrand teria uma palavra de orientação para os nossos leitores diante desse quadro sombrio?
D. Bertrand — Em face dessa grave e preocupante situação queremos unir as forças sadias de toda a sociedade a fim de afastar da agropecuária tais ameaças. Desejamos garantir o nosso futuro com alimentação abundante e compatível com o bolso do povo brasileiro. Se não houver reação, o Brasil poderá passar de exportador de alimentos a importador, exatamente no momento em que o mundo mais precisa de nossa produção.
Convido todos os leitores de Catolicismo a participarem da campanha dePaz no Campo acessando o site www.paznocampo.org.br e enviando seus protestos aos deputados. Termino suplicando a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que nos dê força e coragem para esta emergência em que vivemos.

Publicado em “Catolicismo”, edição de abril 2012.