sábado, 13 de junho de 2009

As coisas como deveriam ser.

Sempre que acesso a internet procuro ler jornais, notícias, ver coisas relacionadas a tecnologia, preços de notebooks (uma aficção) e LER BLOGS que considero interessantes e com conteúdo. Às vezes o acesso é despretensioso (como o de agora) e sem um fim específico. Porém, como uma mão que nos tras à tona, algumas notícias, reportagens ou postagens nos fazem refletir e dão uma imensa vontade de dizer alguma coisa. Foi o que aconteceu agora…

Lendo a postagem “MPF e ONGs: complô para destruir as atividades econômicas do Pará” publicada no Blog do Val-André, senti aquela coceira nas mãos de quem tem vontade de escrever. Lembrei dessa região aqui (Sul e Sudeste do Pará – Futuro Estado de Carajás) e de tudo que aconteceu até os dias de hoje, no País, no Pará, nessa região… e fiquei me indagando a respeito de algumas coisas tão corriqueiras aqui, como a abertura da Transamazônica, a chegada nos até então não paraenses e das políticas de Governo da época. E como não pensar nisso, lendo a postagem citada se tudo que foi dito refere-se a tempos idos? Impossível…

Pra começo de conversa, até o início da década de 70 por aqui havia poucas pessoas, apenas alguns corajosos extrativistas que viviam basicamente da caça, da coleta da borracha e da coleta de castanha. Após o começo das obras da Rodovia transamazônica, BR-230, em outubro de 1970, as coisas começaram a caminhar para o que é hoje. Neste ínterim, acontecia também o Projeto Radam que muito contribuiu para o que sabemos hoje da região. Até hoje os mapas do Radam são utilizados como base de estudos geológicos, florestais, pedológicos.

Vivia-se neste tempo o jargão “INTEGRAR PARA NÃO INTREGAR” pois já naquela época, “olhos” exteriores vislumbravam essa região com ganância. Isto foi estancado pelo governo militar com sua política de integração (talvez o maior legado da época). Com o advento da BR-230, dos PIC’s, e dos CEDERES, a região recebeu uma grande quantidade de imigrantes de todos os rincões desse País, que por aqui ficaram para colher os sonhos plantados e ocupar a terra prometida. Prometida sim, porque o governo dizia: “Ocupa 500 alqueires e cultiva que eu te dou mais 500 de mata”. E assim foi feito. Nordestinos, Mineiros, Paulistas, Goianos, Gaúchos e até mesmo Paraenses vieram, ocuparam, plantaram e ficaram. Colheram sonhos, tiveram filhos... Mataram onça e cobra e também morreram atacados de malária, bichos e outras doenças tropicais. A Lei ambiental da época era o moderníssimo Código Florestal Brasileiro (LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965.). Agora imagine-se: Se ainda hoje os anseios dos agricultores e produtores não são ouvidos já pensou em 1965? Quando não tinha ninguém pra gritar?..

O que chateia muito hoje é ver que mesmo depois de tudo isso, quem está aqui a muito tempo, não tem quase voz, e tem que ficar submetido a opiniões de meio mundo. Fico extremamente IRRITADO quando vejo uma meia dúzia de gringos falando disso aqui como se fosse o quintal da casa deles. Aqui NÃO É! Aqui é NOSSA CASA e quem deve decidir o que fazer SOMOS NÓS. Não podemos ficar aqui à mercê do interesse de organizações internacionais (governamentais ou não) que defendem coisas escusas e em causa própria. Não se pode permitir que legislem a nosso respeito sem conhecimento de causa. Nossas lideranças políticas devem ser implacáveis na defesa dos interesses da nossa região.

Devemos querer um País e uma Região iguais em importância e valor. Queremos preservar a Amazônia, mas também queremos preservar a Mata Atlântica, o Cerrado, o Pantanal e os Pampas, sem que isso prejudique o desenvolvimento humano e a sustentabilidade desses biomas. Queremos uma Reserva Legal igualitária que possibilite aos que moram aqui em cima o mesmo grau de desenvolvimento dos que moram no centro e sul do Brasil.

Queremos apenas igualdade de condições, sem interferências obscuras de ONG’s internacionais nem de políticos que olham apenas seus narizes, pois aqui também somos Brasil.

Um comentário:

  1. Ae, Will, em razão dessa atitude do MP a IFC cacelou o financiamento ao Bertin.
    Considerando que a intenção do UFC era fomentar atividades sustentáveis o financiamento ao Bertin era uma tentativa de tranformar a pecuária da Amazônia... mas também isso foi tolhildo pelo ambientalismo fratricida praticado no Brasil.
    Da uma olhada no post Miséria Verde lá do meu blog e vamos difulgar uma campanha contra o assassínio dos amazônidas pelo ambientalismo deep ecology...

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