Sempre que acesso a internet procuro ler jornais, notícias, ver coisas relacionadas a tecnologia, preços de notebooks (uma aficção) e LER BLOGS que considero interessantes e com conteúdo. Às vezes o acesso é despretensioso (como o de agora) e sem um fim específico. Porém, como uma mão que nos tras à tona, algumas notícias, reportagens ou postagens nos fazem refletir e dão uma imensa vontade de dizer alguma coisa. Foi o que aconteceu agora…
Lendo a postagem “MPF e ONGs: complô para destruir as atividades econômicas do Pará” publicada no Blog do Val-André, senti aquela coceira nas mãos de quem tem vontade de escrever. Lembrei dessa região aqui (Sul e Sudeste do Pará – Futuro Estado de Carajás) e de tudo que aconteceu até os dias de hoje, no País, no Pará, nessa região… e fiquei me indagando a respeito de algumas coisas tão corriqueiras aqui, como a abertura da Transamazônica, a chegada nos até então não paraenses e das políticas de Governo da época. E como não pensar nisso, lendo a postagem citada se tudo que foi dito refere-se a tempos idos? Impossível…
Pra começo de conversa, até o início da década de 70 por aqui havia poucas pessoas, apenas alguns corajosos extrativistas que viviam basicamente da caça, da coleta da borracha e da coleta de castanha. Após o começo das obras da Rodovia transamazônica, BR-230, em outubro de 1970, as coisas começaram a caminhar para o que é hoje. Neste ínterim, acontecia também o Projeto Radam que muito contribuiu para o que sabemos hoje da região. Até hoje os mapas do Radam são utilizados como base de estudos geológicos, florestais, pedológicos.
Vivia-se neste tempo o jargão “INTEGRAR PARA NÃO INTREGAR” pois já naquela época, “olhos” exteriores vislumbravam essa região com ganância. Isto foi estancado pelo governo militar com sua política de integração (talvez o maior legado da época). Com o advento da BR-230, dos PIC’s, e dos CEDERES, a região recebeu uma grande quantidade de imigrantes de todos os rincões desse País, que por aqui ficaram para colher os sonhos plantados e ocupar a terra prometida. Prometida sim, porque o governo dizia: “Ocupa 500 alqueires e cultiva que eu te dou mais 500 de mata”. E assim foi feito. Nordestinos, Mineiros, Paulistas, Goianos, Gaúchos e até mesmo Paraenses vieram, ocuparam, plantaram e ficaram. Colheram sonhos, tiveram filhos... Mataram onça e cobra e também morreram atacados de malária, bichos e outras doenças tropicais. A Lei ambiental da época era o moderníssimo Código Florestal Brasileiro (LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965.). Agora imagine-se: Se ainda hoje os anseios dos agricultores e produtores não são ouvidos já pensou em 1965? Quando não tinha ninguém pra gritar?..
O que chateia muito hoje é ver que mesmo depois de tudo isso, quem está aqui a muito tempo, não tem quase voz, e tem que ficar submetido a opiniões de meio mundo. Fico extremamente IRRITADO quando vejo uma meia dúzia de gringos falando disso aqui como se fosse o quintal da casa deles. Aqui NÃO É! Aqui é NOSSA CASA e quem deve decidir o que fazer SOMOS NÓS. Não podemos ficar aqui à mercê do interesse de organizações internacionais (governamentais ou não) que defendem coisas escusas e em causa própria. Não se pode permitir que legislem a nosso respeito sem conhecimento de causa. Nossas lideranças políticas devem ser implacáveis na defesa dos interesses da nossa região.
Devemos querer um País e uma Região iguais em importância e valor. Queremos preservar a Amazônia, mas também queremos preservar a Mata Atlântica, o Cerrado, o Pantanal e os Pampas, sem que isso prejudique o desenvolvimento humano e a sustentabilidade desses biomas. Queremos uma Reserva Legal igualitária que possibilite aos que moram aqui em cima o mesmo grau de desenvolvimento dos que moram no centro e sul do Brasil.
Queremos apenas igualdade de condições, sem interferências obscuras de ONG’s internacionais nem de políticos que olham apenas seus narizes, pois aqui também somos Brasil.
Ae, Will, em razão dessa atitude do MP a IFC cacelou o financiamento ao Bertin.
ResponderExcluirConsiderando que a intenção do UFC era fomentar atividades sustentáveis o financiamento ao Bertin era uma tentativa de tranformar a pecuária da Amazônia... mas também isso foi tolhildo pelo ambientalismo fratricida praticado no Brasil.
Da uma olhada no post Miséria Verde lá do meu blog e vamos difulgar uma campanha contra o assassínio dos amazônidas pelo ambientalismo deep ecology...