sexta-feira, 13 de maio de 2011

Batigalhia: Marina e o contrabando; laços contra a agricultura

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Por Djalma Batigalhia*

A ex-senadora, cartomante de visões tenebrosas e profeta de infinitas tragédias, não conseguiu profetizar a sua própria desgraça naquela noite. Desmascarada, desapareceu habilidosamente com seu hábito cinza e véu escuro de qualquer pergunta sobre o contrabandista denunciado.

Grupos de saqueadores e de contrabandistas contrapõem-se aos agricultores desde a colonização do Brasil
Marina e o contrabando possuem um laço histórico contra a agricultura nacional. Mas, personagem toscamente construída, soma de superficialidade com decoreba e mediocridade, provavelmente a ex-senadora desconheça que grupos de saqueadores e contrabandistas contrapõem-se aos agricultores desde a colonização do Brasil. A falta de originalidade em sua cruzada pode ser medida olhando-se para a memória da formação nacional.

Logo depois do descobrimento, D. Manuel organizou uma expedição para explorar o litoral brasileiro, verificando os acidentes geográficos, baías, ilhas, portos e cabos. Entretanto, observaram os portugueses que havia na costa brasileira muitos navios, principalmente da França, promovendo o contrabando de produtos da nova terra descoberta, principalmente, madeira. Para combater esses navios foram organizadas expedições, chamadas de guarda-costas, como a comandada por Cristóvão Jaques, em 1526.

Finalmente, com Martim Afonso de Souza, que partiu de Portugal em 1500, com a missão de explorar o Rio da Prata e combater os franceses, vieram muitos colonos com instrumentos agrícolas e sementes. Fundando a vila de São Vicente, Martim Afonso iniciou a colonização do Brasil. Para combater os saqueadores e os contrabandistas que vinham à costa brasileira em numerosos navios franceses, o mais poderoso e eficiente recurso foi o povoamento do país com famílias de agricultores, trazendo poucas armas e munições, mas muitas sementes e instrumentos agrícolas.

Cultivando a terra, produzindo, ocupando a vasta costa brasileira, com sementes e enxadas, arados e foices, machados e ancinhos, peneiras, regadores e podões, os nossos agricultores fizeram do suor, do solo e da água as armas para vencer a guerra contra o saque, o contrabando e a invasão estrangeira numa nova nação que se formava.

Na costa de Pernambuco, em 1530, uma expedição capturou três navios franceses carregados de pau-brasil. Na Bahia de Todos os Santos, parte da esquadra que expulsou os contrabandistas franceses encontrou um colono português que há vinte anos vivia entre os índios: era Diogo Álvares, apelidado de Caramuru, que havia se casado com uma índia, tinha muitos filhos e vivia da agricultura.

Caramuru, Martim Afonso de Souza, Gonçalo Coelho, Gaspar de Lemos, a história do Brasil é pródiga, desde o descobrimento, em exemplos de personalidades dignas, determinadas e comprometidas em garantir que nossas vastas terras - terras, águas e minérios - atendam as necessidades daqueles que aqui vivem e trabalham. Não é possível entender o equilíbrio, a visão ampla e consciente, a consolidação de uma postura tão rica e integradora como a do deputado federal paulista Aldo Rebelo, relator do novo Código Florestal, sem o pressuposto que o componente fundamental da sua ação é a identidade nacional e seus ideais mais avançados.

Aqueles que na época do descobrimento investiam em frotas de navios para saquear a costa brasileira, hoje investem em ONGs
Já os saqueadores e contrabandistas mudaram de nomes e mudaram de métodos. Sob o manto da hipocrisia ecológica combatem a agricultura brasileira e o desenvolvimento soberano do nosso país. Com a herança cultural e histórica dos saqueadores e contrabandistas, as ONGs de Marina Silva chegaram até a um Ministério e lá dedicaram todos os seus esforços para empobrecer a agricultura e o nosso país. Aqueles que na época do descobrimento investiam em frotas de navios inimigos para cercar e saquear a costa brasileira, hoje investem em ONGs com o mesmo propósito. Onde há nióbio, onde há ouro, onde há urânio, tório, tântalo ou diamante; enfim, onde há minério: há sempre uma ONG estrangeira com hipocrisia humanitária ou ambiental. Onde há plantação de comida, onde há pecuária ou produção de energia, há uma ONG estrangeira desencorajando e criando obstáculos para a agricultura nacional.

Contrabando de informações, imagens e documentos
Com seus conceitos anacrônicos, Marina Silva, de hábito cinza e véu escuro, é o sonho de qualquer documentarista estrangeiro escalado para provar que a povo brasileiro é incapaz de combater desastres ambientais e de ter soberania sobre a água, a terras, os minérios e a Amazônia.

A ex-ministra Marina Silva se tornou comparsa dos inimigos do país não apenas por repetir frases feitas e decoradas ou ser casada com quem está sendo acusado de contrabandear madeira. A ex-senadora esbanjou por conta própria a sua serviçal amizade diante de uma milícia estrangeira que em 2008, chefiada pelo francês Jean-Michel Cousteau, filho do oceanógrafo Jacques Cousteau, explorou, filmou, documentou e se apoderou de informações e de bens da Amazônia brasileira por 10 meses seguidos.

Apesar de não ser biólogo, nem ambientalista, o arquiteto francês realizou sua "expedição" com equipamentos da mais alta tecnologia com total liberdade em território brasileiro. "Contamos com telefone e conexão por satélite, ficamos conectados o tempo todo" disse Jean-Michel Cousteau em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, na sua edição de 23 de julho de 2008. No mundo de hoje, contrabandear informações sobre nossas terras, nossos minérios e nossa água é tão ou mais grave que o contrabando de pau-brasil que praticado por franceses no extenso litoral brasileiro em 1500.

Esta reportagem, publicada no caderno Ciências, ainda informa que o documentário foi bancado pela Dow Química e pelo próprio governo americano - com verbas públicas destinadas a programas com veiculação na TV aberta dos Estados Unidos. Os norte-americanos e os europeus tiveram oportunidade de assistir ao filme e constatar, segundo o documentarista, a beleza das águas e das terras brasileiras. Ainda segundo o jornal, as filmagens do engenheiro francês, além dos animais não-humanos, apresenta (sic) espécimes como a ex-ministra Marina Silva, com muitos elogios. Sobram críticas para agricultores, pecuaristas e o governo de Mato Grosso.

Na próxima semana, votando e aprovando o novo e moderno Código Florestal relatado por Aldo Rebelo, os deputados e deputadas do Brasil terão a oportunidade de compartilhar valores culturais e históricos que marcaram as primeiras expedições formadoras do nosso país e do povo brasileiro.


* Djalma Batigalhia é jornalista, publicitário e técnico legislativo. Foi diretor de desenvolvimento econômico da cidade de Ribeirão Preto-SP e coordenador do Fórum de Desenvolvimento Econômico, Ambiental e Social e diretor da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto-SP

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