sexta-feira, 16 de abril de 2010

O aquecimento global e a invenção dos 2ºC


Na maré de descrédito que se abate sobre o “aquecimentismo”, a prestigiosa revista alemã Der Spiegel acaba de publicar, em seu portal, uma interessante reportagem sobre os bastidores do chamado “Climagate”. Mesmo sem ser original e tentando manter uma isenção sobre o tema, a reportagem trouxe algumas novidades, das quais a que mais chama a atenção é o relato de como o famoso limite dos dois graus centígrados – acima do qual a vida em nosso planeta, tal como a conhecemos hoje, já não seria possível - foi inventado. [1]

O “pai” da meta dos dois graus foi o cientista alemão Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK). "Dois graus não é um limite mágico, é claramente um objetivo político. O mundo não vai chegar a um fim imediato em caso de forte aquecimento global, nem estamos definitivamente salvos se o aquecimento não for tão significativo. A realidade, naturalmente, é muito mais complicada", disse Schellnhuber.

A história da meta de dois graus começou no Conselho Consultivo Alemão sobre Mudança Global (WBGU) quando políticos pediram aos cientistas que enunciassem as diretrizes para a proteção do clima de uma forma mais direta e de simples entendimento. Os cientistas, sob a liderança de Schellnhuber, surgiram então com uma idéia surpreendentemente simples. "Nós olhamos para a história do clima desde o surgimento do homo sapiens", recorda Schellnhuber. "Isso nos mostrou que a temperatura média global nos últimos 130.000 anos nunca foi mais de dois graus acima que a prevalecente antes da revolução industrial. Para ficar no lado da segurança, inventamos uma regra dizendo que seria melhor não se afastar desse campo da experiência na evolução humana. Caso contrário, estaríamos pisando em uma terra incógnita ".

Como a própria reportagem argumenta,

  • "Por mais tentador que pareça, uma investigação mais acurada desta abordagem revela apenas um passe de mágica. Isso porque os seres humanos são filhos de uma era glacial. Por muitos milhares de anos, eles lutaram para sobreviver em um clima que foi pelo menos quatro graus centígrados mais frio do que é hoje e, às vezes, até oito graus mais frio. Isto significa que, no balanço, a humanidade já sobreviveu a flutuações de temperatura muito mais graves do que dois graus. E os períodos de frio sempre foram os piores. Além disso, as civilizações modernas têm muito mais meios técnicos para adaptar-se às alterações climáticas do que as sociedades anteriores”.
Em bom vernáculo, o limite dos dois graus centígrados foi definida no "achômetro", não passando de uma invenção irresponsável e sem qualquer evidência científica, para permitir as manipulações políticas do “aquecimentismo” antropogênico.

Notas: [1]A Superstorm for Global Warming Research, Der Spiegel, 04/01/2010

Um comentário:

  1. CONCORDO PLENAMENTE COM A PERGUNTA: QUEM DECIDE PELA SOCIEDADE? DECIDE COM ELA OU IGNORA O QUE ELA PENSA?

    Nosso grupo – Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA – criado há seis anos e sem fins lucrativos, está desenvolvendo uma pesquisa na Região da Grande Vitória (ES) – 4 municípios – voltada ao estudo da percepção ambiental da sociedade frente à problemática (causas, efeitos, prós e contras) das Mudanças Climáticas.
    Se pertinente, agradeço divulgar no seu site.
    Temos interesse em identificar grupos em outras regiões que desejem desenvolver pesquisa idêntica, com o apoio do NEPA.

    Roosevelt
    NEPA
    roosevelt@ebrent.com.br

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