quarta-feira, 21 de outubro de 2009

“Luz para Todos” e a necessária eletrificação universal

(Alerta em Rede) – Por Nilder Costa em 20 October, 2009 16:17

Pesquisa contratada pelo Ministério de Minas e Energia revelou que o programa de universalização de eletricidade Luz para Todos (LpT) trouxe grandes benefícios para as cerca de 10 milhões de pessoas (2 milhões de domicílios) contemplados. Segundo a pesquisa, que avaliou a mudança de hábito dos brasileiros desde o início do programa, em 2004, nove em cada dez beneficiários dizem que a qualidade de vida aumentou.


De acordo com o estudo, depois da implementação do LpT, quase 1,6 milhão de televisores, 1,5 milhão de geladeiras e 780 mil liquidificadores foram adquiridos pelas famílias beneficiadas e 53,1% dos entrevistados deixou de ter gastos com diesel, gasolina, querosena, gás e pilhas, após recebem energia em suas casas. A lenha e o carvão eram, até então, as principais fontes de energia utilizadas para cozinhar, enquanto que as lamparinas eram utilizadas como fonte de iluminação. [1]

O consumo das famílias que receberam energia elétrica está majoritariamente situado abaixo dos 80KWh por mês. Do total de famílias, 60% vive com até um salário mínimo por mês, ou seja, R$465. Além disso, 42,3% dos chefes de família é trabalhador rural e 19,3% é aposentado. A pesquisa ainda mostra que a renda de 35,6% das famílias cresceu devido aos benefícios gerados pelo acesso ao serviço, assim como as condições de trabalho para 34% dos atendidos.

Outro dado interessante é que o programa também foi responsável pelo retorno de cerca de 480 mil pessoas para o campo.

Quando foi lançado em 2004, o LpT usou os dados do censo demográfico do IBGE de 2000 para estimar que 2 milhões de famílias do meio rural não tinham luz, e essa se tornou a meta inicial do programa. Posteriormente, detectou-se que a demanda por energia era maior: cerca de 3 milhões de famílias sem luz e, com isso, o programa foi estendido até o final de 2010.

Ao fazer o balanço do LpT, que integra o PAC, a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, informou que programa alcançou sua meta inicial (2 milhões de ligações) em maio passado e que, até o final de 2009, irá atender mais 510 mil famílias e, em 2010, a meta é de 578 mil novas ligações.

As obras do LpT geram cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos, de acordo com o ministério.

Os resultados apontados pelo estudo só vêm a confirmar que a disponibilidade e o acesso à eletricidade são vetores fundamentais para promover o desenvolvimento socioeconômico de um país ou região, como ficou sobejamente comprovado no vale do rio Tennessee (EUA) após o extraordinário programa empreendido pela TVA (Tennessee Valley Authority), instituído pelo presidente Franklin Roosevelt para superar as mazelas da Grande Depressão dos anos de 1930. Por isso mesmo, o consumo de eletricidade, medido por ano e per capita, é um dos indicadores mais confiáveis para avaliar-se o grau de desenvolvimento socioeconômico de um país, com destaque para a qualidade de vida da sua população.

Guardadas as devidas proporções, o Luz para Todos apresenta o mesmo “DNA” da TVA e mostra quão longe o Brasil se encontra do pleno desenvolvimento. Basta mencionar que nosso consumo per capita-ano (cerca de 2.000 kwh/ano) é inferior à média mundial e mais de seis vezes inferior ao dos EUA, por exemplo. Em tal cenário, é inadmissível que ONGs como o WWF e outras exijam corte de 40% na geração brasileira de eletricidade até 2020 em nome da “sustentabilidade” ambiental. [2]

Notas:
[1]Acesso à energia elétrica melhora vida de 13,5 milhões de brasileiros, Jornal da Energia, 08/10/2009
[2]A trampa energética do WWF, Alerta Científico e Ambiental, 17/09/2006
Link original: http://www.alerta.inf.br/Energia/1578.html

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