terça-feira, 25 de agosto de 2009

PMDB recomenda a Stephanes que não aceite novos índices de produtividade da terra

Por: Danilo Macedo, Repórter da Agência Brasil
Depois de quase duas horas de reunião para discutir o posicionamento do partido sobre a atualização dos índices de produtividade da terra, deputados do PMDB resolveram fazer uma recomendação para que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, não assine a portaria interministerial que trata do assunto. De acordo com o líder do partido na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, “não é oportuno discutir índices de produtividade num momento de crise”. O ministro adiantou que apresentará a posição da sigla ao presidente Luiz Inácio da Silva.
Durante o encontro, os deputados criticaram a atitude do governo Lula de tomar decisões, em algumas situações, sem ouvir as áreas interessadas, dando como exemplos programas de saúde e o pré-sal. “Estou pasmo com a atitude do governo Lula. De repente, uma decisão de cima pra baixo, sem discussão”, afirmou. Ele disse que, apesar de ainda não ter uma opinião formada sobre os índices de produtividade, e de defender a reforma agrária, é preciso debater os critérios usados.
Há algumas semanas, o presidente Lula conversou com os ministros Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, e Stephanes, e pediu para que entrassem num acordo sobre a revisão dos índices. “O partido entendeu que o ministro teria que refletir melhor sobre essa questão e, inclusive, se possível, analisar outros critérios , já que o usado neste momento é muito simplista e não reflete, efetivamente, a produtividade”, explicou Stephanes, após o encontro. Ele disse que vai dizer ao presidente Lula que o partido está lhe dando respaldo para que não assine a portaria interministerial com novos índices de produtividade da terra.
O ministro observou que, atualmente, a mensuração da produtividade leva em consideração apenas questões de tamanho da propriedade e qualidade do solo, sem analisar fatores como o preço. Este ano, por exemplo, depois de detectar excesso de oferta, os criadores de frango do país reduziram a produção em até 20%. Assim, o valor da carne, que estava abaixo do preço de custo, subiu e os avicultores conseguiram se manter no mercado.
Edição: João Carlos Rodrigues

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