terça-feira, 21 de junho de 2011

Morreu por Vingança?

Os "ambientalistas" José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo assassinados em 24 de Maio do corrente ano em Nova Ipixuna-Pa (a cerca de 40km de Marabá) podem ter sido vítimas de vingança...
Pelo menos é a hipótese levantada pelo Jornal OPINIÃO aqui de Marabá com circulação regional e infelizmente sem sítio na internet... (vide foto da capa abaixo)

Depoimento de uma testemunha dá conta de que em função de um conflito por causa de um lote no Assentamento Mamona, o qual era disputado pelo irmão de José Cláudio conhecido como "Marabá" e outro colono de apelido "Pelado" (Edilon Ribeiro de Souza) chegou-se ao óbito deste último. A mesma testemunha que diz ter chegado na casa de "Pelado" momentos após o tiro que o fulminou cita que encontrou ainda com as armas em punho, José Cláudio e seus dois irmãos.

Na época (setembro de 2009) o crime não foi investigado e nem classificado como "crime por disputa de terra" e a família do morto não conseguiu registrar o homicídio o qual foi executado com um tiro de 38 na têmpora direita do colono. De acordo com informações do mesmo jornal, a Polícia investiga os irmão de José Cláudio que já teriam até prestado depoimento para a Polícia de Nova Ipixuna.

As reportagens são de Edinaldo Sousa e foram publicadas na edição de hoje do Jornal.

Como citei antes, infelizmente o Jornal OPINIÃO não possui versão digital e nem sítio, uma pena... Como diria Elaine Dewar, as vezes,  tudo que querem te mostrar como verdades não são...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Energias Alternativas - Equívocos e Fatos

por Geraldo Luís Lino* em 19 de maio de 2011 Opinião - Ambientalismo (no Blog Midia@Mais)

Placas para geração de energia solar.
Fontes alternativas de energia são ilusão
Toda a discussão sobre as chamadas energias alternativas, às vezes também denominadas renováveis, tem sido prejudicada por dois equívocos fundamentais. O primeiro é que, a despeito de todas as projeções otimistas sobre elas (geralmente oriundas de grupos ambientalistas motivados ideologicamente), é tecnológica e economicamente inviável se abastecer em grande escala sociedades urbanizadas e industrializadas com tais fontes energéticas - eólica, solar, biomassa, geotérmica, maremotriz e outras. Estas são adequadas apenas para abastecimentos pontuais e localizados ou, no máximo, para complementar em pequena escala as fontes convencionais de geração de eletricidade, responsáveis pela chamada geração de base - usinas termelétricas a carvão, gás ou óleo combustível ou diesel, termelétricas nucleares e hidrelétricas.
 
O segundo é o fato de que a sua principal motivação, a suposta necessidade de se reduzir o uso de combustíveis fósseis – carvão mineral, petróleo e gás natural –, devido à alegada influência das emissões de carbono sobre as temperaturas atmosféricas e oceânicas, simplesmente, não tem fundamento científico, apesar de todo o alarido a respeito.
 
Possivelmente, as fontes tradicionais de geração elétrica não estariam sendo questionadas na proporção atual, se a ideologia ambientalista e o conjunto de interesses políticos, econômicos, acadêmicos, midiáticos etc., que sustentam o movimento ambientalista internacional, não tivessem atingido a enorme influência obtida nas últimas décadas.
 
Como muitos estudos independentes têm demonstrado, esse empenho tem muito pouco a ver com preocupações legítimas com a compatibilização das atividades humanas com requisitos racionais de proteção do meio ambiente, e muito mais com uma agenda de múltiplos interesses restritos, cujo objetivo central é obstaculizar a industrialização mundial e a ascensão das sociedades em desenvolvimento a níveis de bem estar social mais próximos dos atingidos pelas nações mais avançadas (além de aproveitar as oportunidades econômicas e financeiras criadas pelo ambientalismo).
 
A virtual histeria global sobre as mudanças climáticas representa o estágio mais avançado e audacioso desse processo, que ganhou vida própria e, simplesmente, desconsidera a inexistência de quaisquer evidências científicas concretas que permitam atribuir à ação humana as variações de temperaturas, níveis do mar, cobertura de neve e gelo e outras, observadas após a Revolução Industrial do século XVIII.
 
Se a irracionalidade ambientalista não fosse tão prevalecente, a Humanidade como um todo estaria celebrando a ampla disponibilidade de combustíveis fósseis, para levar as comodidades proporcionadas pela eletricidade a todos os povos do planeta. O carvão mineral, o combustível mais usado e “democraticamente” distribuído pelo mundo, tem reservas para mais de um século, aos níveis de consumo atuais.
 
As reservas de gás natural estão se multiplicando rapidamente, com a introdução da promissora tecnologia de exploração de gás de folhelhos (shale gas, em inglês). E a nova fronteira exploratória das águas oceânicas profundas oferece perspectivas igualmente promissoras, tanto para o gás natural como para o petróleo, como demonstra a descoberta da camada pré-sal da costa brasileira.
 
Da mesma forma, não se estariam criando absurdos obstáculos à construção de usinas hidrelétricas, como obrigar a redução dos seus reservatórios (uma das poucas formas de se “armazenar” energia, sob a forma de água), e promovendo campanhas histéricas contra a energia nuclear, que, mesmo com os acidentes de Chernobyl e Fukushima, ainda detém um sólido histórico de confiabilidade e segurança.
 
Apesar de serem tecnologias em uso comercial há mais de um século, ainda existem mais de 1,5 bilhão de habitantes do globo sem acesso à eletricidade e aos combustíveis modernos, principalmente, na África Subsaariana, Ásia, América Latina e Caribe. Grande parte deles é obrigada a recorrer a combustíveis como a lenha e o esterco, os mais primitivos conhecidos pelo homem, para as suas necessidades básicas diárias. Nesses países, estima-se que ocorram cerca de 2 milhões de mortes anuais, principalmente de crianças, causadas por doenças pulmonares e cardiovasculares relacionadas à inalação dos gases tóxicos emanados da queima daqueles combustíveis precários.
 
O consumo per capita de eletricidade é, reconhecidamente, um dos melhores indicadores de bem estar social. O quadro abaixo, baseado em dados da Agência Internacional de Energia, proporciona uma rápida apreciação dos níveis de consumo das diversas regiões do planeta (2006).
 

 
 
 
 
Esses números evidenciam que qualquer esforço sério de modernização econômica em escala global, nas décadas vindouras, terá que considerar, minimamente, uma elevação da média mundial de consumo para algo próximo dos níveis atuais dos países da antiga União Soviética. Isto implica em multiplicar os níveis da América Latina pelo menos por um fator de 2-3 e os da África e Ásia, por um fator de 4-5.
 
A tendência de aumento do consumo energético no setor em desenvolvimento já se manifesta. Em 2008, pela primeira vez, o consumo de energia (em todas as suas formas) dos países em desenvolvimento superou o dos desenvolvidos, e tudo indica que este impulso deverá se manter.
 
Quanto às fontes de geração elétrica, os combustíveis fósseis respondem por cerca de 65% do total, com as hidrelétricas e nucleares praticamente empatadas, cada qual com cerca de 17%, sobrando pouco mais de 1% para a biomassa e as fontes eólicas, solares, geotérmicas e maremotrizes – as “alternativas”.
 
Por sua vez, estas últimas padecem de limitações técnicas insolúveis, que as inviabilizam para algo mais que a condição de fontes complementares às tradicionais. Os aerogeradores só funcionam quando há ventos constantes entre certos limites de velocidade, nem muito fracos nem muito fortes. Centrais solares não funcionam à noite ou em tempo nublado. Usinas geotérmicas e maremotrizes dependem da existência de “pontos quentes” a profundidades não muito grandes na crosta terrestre e de marés de grande amplitude – ambas, condições pouco comuns.
 
Por isso, é ilusório imaginar que a necessária expansão da geração elétrica em âmbito global, que se antevê para as próximas décadas, poderá se basear em tais fontes. Ironicamente, como não servem para a geração de base, uma ampliação da geração eólica e solar, na escala proposta por certos ambientalistas desinformados, acabaria exigindo um aumento da capacidade de geração de base pelas fontes tradicionais, uma vez que os grandes centros urbanos e industriais não poderiam ficar na dependência de fornecimentos instáveis.
 
Em suma, é facilmente perceptível que, salvo por alguma revolução tecnológica que não está à vista, pelo menos até a segunda metade do século, a geração de eletricidade em grande escala terá que se basear, predominantemente, nas fontes tradicionais atuais. Qualquer sugestão em contrário implicaria um virtual “congelamento” do desenvolvimento socioeconômico mundial em níveis pouco diferentes dos atuais, marcados por uma descabida desigualdade entre os países mais desenvolvidos e “eletrificados” e os menos desenvolvidos, nos quais os benefícios da eletricidade ainda são luxos para grande parte de suas populações.
 
Além de moralmente inaceitável, tal perspectiva é científica e tecnologicamente injustificável, além de representar um inconcebível retrocesso civilizatório.
  
*O autor é Geólogo, diretor do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa) e autor do livro A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial (Capax Dei, 2009).

terça-feira, 14 de junho de 2011

Marina Silva não é mais Amazônida...

É o que primeiro me ocorre após a patética entrevista dada pela senhora ao Programa Roda Viva no final da noite desse dia 13 de Junho de 2011...
Fazem 24 anos que a doce senhora enveredou-se na política, primeiro Vereadora, depois Deputada Estadual, Senadora, Ministra e Candidata à Presidência da República no ano de 2010.

Defensora do chamado Desenvolvimento Sustentável e do Extrativismo, Marina se esquece da vida que teve quando morava no Acre. Se esquece das malárias e leshimanioses que teve quando sua família era extrativista. Se esquece dos 04 irmãos perdidos na floresta pelas faltas de condições de vida. Você desejaria isso para os seus? Eu não... Mas é isso que defende a senhora Marina quando fala tão apaixonadamente do extrativismo e do desenvolvimento sustentável.

Sou nascido amazônida e criado neto de agricultores familiares que colocaram os filhos para estudar por não querer que os mesmos tivessem vida tão sofrida, porque isso é que é: uma vida danada de sofrida, de lida desde cedo e de dormida cedo também, com o cansaço corroendo o corpo... Por isso, tenho um profundo respeito pelos que cuidam da terra e dela vivem.

Não posso aceitar que uma senhora dessas, que não vive mais com seus pares na floresta, e nem com agricultores partilhando seus dia-a-dia me venha falar de anistia a desmatadores... Não posso crer que ela realmente pense isso... Por isso digo que ela não é mais uma amazônida.
Quando diz que não pode aceitar a “anistia” pois quem preservou sua reserva e obedeceu à Lei será penalizado, ela esquece do que sempre fala aos quatro cantos: Os Serviços Ambientais. Pois esses deveriam ser premiados sim, e pagos pela preservação que mantiveram... Mas isso ela não fala, e sim, imputa e essas pessoas, o peso de ficarem ilegais, levando a muitos que não tem um pouquinho de conhecimento a tirar conclusões erradas...

Os “desmatadores” que ela tanto fala, em sua maioria são pequenos e médios produtores e também assentados da reforma agrária que necessitam fazer aberturas para plantar e converter suas áreas em pasto, pois assim, agregam mais valor à terra e afinal, quem não quer seu bem valorizado?

Quem vive longe dos centros urbanos e não tem boas estradas e nem garantias de comercialização faz uso do mercado existente e basicamente, esse mercado, falando aqui mesmo da Amazônia, é formado pela pecuária, pelo rebanho que pode ser vendido a qualquer hora e em qualquer época do ano, pois se a estrada está “cortada” ou a ponte caiu, o rebanho vem andando... diferente de mil cachos de banana...

O que prega a senhora acreana está muito longe de acontecer, mais acontecerá, quando tivermos estradas, energia, conforto, aí sim, poderemos pensar nos tais serviços ambientais com viabilidade, pois como são postos hoje, essa viabilidade não existe e nem garante a reprodução familiar em função dos parcos valores pagos... É engraçado, fala-se tanto no enorme valor da floresta e não se consegue pagar justamente por isso... É claro que um hectare de floresta vale muito mais que qualquer outra cultura, mais quem está disposto a pagar? Eu não conheço ninguém...

Fico também realmente entristecido com os entrevistadores do programa Roda Viva... Tiveram grande oportunidade de debater um grande tema, o Novo Código Florestal, e não se deram ao trabalho nem de ler o excelente texto do Deputado Aldo Rebelo, uma pena... pra eles...

A senhora acreana sempre muito bem articulada os engoliu completamente e algumas vezes faltou com a justa verdade, principalmente quando citou a Pesquisa sobre o código florestal realizada por telefone e com apenas 1.286 pessoas, bem como, quando citou o “estudo” realizado pelo IPEA sobre o novo código florestal o qual (o estudo) chega a conclusões hipotéticas e baseadas em cenários também hipotéticos... Representam a verdade?

A verdade é representada pelas centenas de audiências realizadas pelo Deputado Aldo Rebelo quando fazia o substitutivo ao código florestal, aí está a verdade.
Perdeu grande oportunidade a ex-senadora de mostrar a viabilidade econômica do extrativismo... Porque não fala em números nessas horas? Porque não cita valores? Simples, porque não os tem...

Eu penso que você só tem tempo de pensar em ecologicamente correto e socialmente justo quando você já é economicamente viável... que o digam os países europeus...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Por que não há ONGs no Nordeste Brasileiro?

Recebi por e.mail e acho interessante repassar...
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Por que não tem ONGs no Nordeste seco?
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O Conversa Afiada recebeu uma colaboração de um leitor. O texto abaixo faz uma comparação entre o trabalho e a presença das Ongs estrangeiras na Amazônia e no Nordeste:
.Você consegue entender isso?

.Vítimas da seca
Quantos? 10 milhões
Sujeitos à fome? Sim
Passam sede? Sim
Subnutrição? Sim
ONGs estrangeiras ajudando: Nenhuma
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Índios da Amazônia
Quantos? 230 mil
Sujeitos à fome? Não
Passam sede? Não
Subnutrição? Não
ONGs estrangeiras ajudando: 350

.Provável explicação: A Amazônia tem ouro, nióbio, petróleo, as maiores jazidas de manganês e ferro do mundo, diamante, esmeraldas, rubis, cobre, zinco, prata, a maior biodiversidade do planeta (o que pode gerar grandes lucros aos laboratórios estrangeiros) e outras inúmeras riquezas que somam 14 trilhões de dólares.

.O nordeste não tem tanta riqueza, por isso lá não há ONGs estrangeiras ajudando os famintos.

.Tente entender: Há mais ONGs estrangeiras indigenistas e ambientalistas na Amazônia brasileira do que em todo o continente africano, que sofre com a fome, a sede, as guerras civis, as epidemias de AIDS e Ebola, os massacres e as minas terrestres. Agora, uma pergunta: Você não acha isso, no mínimo, muito suspeito? É uma reflexão interessante.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

        Simplesmente chocante, porém muito esclarecedora a matéria publicada na revista Veja da semana passada abordando a situação atual da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, demarcada no ano de 2009 no estado de Roraima. 
Para quem não se lembra do que aconteceu naquela ocasião, um pequeno resumo: Contrariando o bom senso e o apelo, inclusive do próprio estado de Roraima, representado pelo Governador e políticos locais, o Governo Federal resolveu pela demarcação contínua daquela imensidão de 1,7 milhões de hectares no norte do Brasil. Numa clara demonstração de fraqueza e desrespeito ao que no passado se entendia como “soberania nacional”, o governo lulista cedeu às pressões de governos europeus e ONGs indigenistas, jogando na lata de lixo os documentos de posse, alguns com mais de 100 anos de emissão, que o próprio Governo Federal havia emitido, quando da chegada de agricultores vindos dos sul do país. Em meio a um conflituoso processo demarcatório os preceitos básicos constitucionais brasileiros do direito adquirido, importantes a qualquer nação que se diz democrática, foram amplamente desrespeitados.
É importante que se diga que havia uma convivência totalmente pacífica entre índios e brancos no interior da Raposa Serra do Sol, onde ambos os povos cresciam economicamente, graças ao trinômio: agricultura, pecuária e comércio.  Grande parte dos índios naquela época foi contrária à demarcação contínua da Reserva, pois mesmo entre eles havia a percepção da importância da manutenção das explorações já consolidadas.  Pois bem, tudo de ruim que se previu naquele momento acabou acontecendo, conforme mostra a reportagem de Veja.
Primeiramente os agricultores, expulsos a pontapés e golpes de cassetetes, perderam suas terras e muitos vivem desalojados na cidade de Boa Vista aguardando promessas de um novo assentamento, o que certamente não acontecerá.  Um deles, ouvido pela reportagem, transformou-se de pecuarista em vendedor de espetinhos nas ruas da cidade.  Como normalmente acontece nos casos de desapropriação para criação ou ampliação de reservas indígenas, as terras não são indenizadas aos antigos proprietários, apenas as benfeitorias são passíveis de indenização, geralmente por valores irrisórios pagos sem muito critério.  Descapitalizados e sem condições de novamente se inserirem no processo produtivo estes agricultores não perderam apenas as suas terras, perderam o sentimento nacionalista que os moveu no passado, ao migrarem de regiões mais desenvolvidas do sul do país para se embrenharem na região norte, num dos poucos exemplos de reforma agrária que vinha dando certo.
Os indígenas, por sua vez, tiveram ainda pior sorte.  Ao perderem a possibilidade de trabalho digno nas fazendas e com o declínio do comércio da região muitos abandonaram a Reserva, pelo total descaso a que foram submetidos.  A infra-estrutura de estradas e pontes, antes mantida pelos agricultores, hoje se encontra em total abandono.   O índio macuxi Adalto da Silva afirmou ao repórter da revista que atualmente vive catando latas e comida no aterro sanitário da capital do estado.  Infelizmente não é o único, pois segundo ele mesmo afirmou: “o lixo acabou virando a única forma de subsistência de muitos que moravam na Raposa Serra do Sol”.
Esta realidade avassaladora e cruel, infelizmente foi prevista por muitos.  Neste momento seria importante que aquelas pessoas que tanto defenderam a criação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, voltassem ao local para ajudar estes brasileiros que foram considerados de segunda classe.  Onde estarão agora os artistas globais, os cantores de rock, os monarcas europeus, a FUNAI e até mesmo os Ministros do STF que determinaram a criação da Reserva em área contínua?  Fica cada vez mais evidente que o que estava em jogo no momento da demarcação não era a situação de índios e produtores, mas sim interesses escusos, que jamais serão revelados.
        As palavras do ex-pecuarista Wilson Alves Bezerra continuam ecoando insistentemente: “O que o Governo fez comigo, me dá vergonha de ser brasileiro”.  Se isto servir de consolo ao “seu” Wilson podemos até lhe assegurar que este sentimento não é privilégio seu.

Rogério Arioli Silva
Engenheiro Agrônomo e Produtor Rural


Enviada por: Clóvis Felix de Paula

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Código Florestal: “Máfia Verde” em campanha de desinformação

Por: Husc em 5 junho, 2011
A aprovação do projeto de lei da reforma do Código Florestal pela Câmara dos Deputados, na madrugada de 25 de maio, deflagrou a esperada reação do aparato ambientalista internacional, que iniciou uma pronta mobilização dentro e fora do País, para tentar reverter no Senado a aprovação de determinados itens do texto, como a suspensão de multas e autuações por desmatamentos em áreas de reserva legal e de preservação permanente, ocorridas até 2008 (como determina o Decreto 7.029/09, em vigor). Com a agilidade que lhe é peculiar, a máquina de propaganda ambientalista está empenhada, no Brasil e no exterior, em apresentar a contundente decisão da Câmara dos Deputados como uma “licença” para a devastação das florestas e o cometimento de crimes contra os seus defensores, aproveitando os assassinatos por disputas de terras, ocorridos nos últimos dias, no Pará e em Rondônia. Embora até mesmo alguns ambientalistas mais sóbrios tenham evitado vincular os fatos, não poucos estão tirando proveito da situação.
É o caso, entre outros, da ex-senadora Marina Silva, que, em entrevista ao Portal Terra, em 28 de maio, afirmou que, “com a aprovação do relatório do deputado Aldo [Rebelo - PCdoB-SP], sequer a lei vai estar a favor dessas pessoas”.
Em entrevista ao mesmo portal (26/05/2011), o presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Ladislau Biernaski, depois de responsabilizar o governo federal pelas mortes do casal José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, líderes do projeto agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna (PA), também fez a mesma ilação, afirmando que o Código aprovado irá contribuir para o aumento da violência, “porque permite que responsáveis por graves crimes ambientais fiquem impunes”.
No próprio dia da votação, o indefectível Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace, fez a ligação direta dos assassinatos com a aprovação do projeto de lei: “O Brasil acordou hoje com a notícia do assassinato de um defensor da Floresta Amazônica. foi dormir com a notícia de que a maioria dos nossos deputados aprova o assassinato de nossas florestas (Greenpeace, 24/05/2011).”
Adario voltou a repetir a acusação em um artigo publicado no jornal inglês The Guardian, em 27 de maio, com o capccioso título “Brasil coloca em risco recorde de proteção com propostas de mudança no Código Florestal”, e um subtítulo que contém uma chantagem explícita à presidente Dilma Rousseff: “Se a presidente falhar em deixar intacta a presente lei florestal, ela quebrará as próprias promessas que a elegeram.” No texto, o diretor da transnacional ambientalista afirma:
Os agricultores estão correndo para derrubar as florestas, esperando que a nova lei os proteja de serem punidos pelos seus crimes passados. Eles estão apostando em que as novas regras lhes permitirão cortar mais florestas no futuro, e estão começando antes que tinta seque. As mortes, no início desta semana, dos importantes defensores da floresta, José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo, foram uma trágica recordação do que poderá acontecer se a impunidade for legitimada.
Uma breve amostra de manchetes de ONGs ambientalistas e da mídia internacional dá uma ideia de como a aprovação do Código está sendo apresentada à opinião pública mundial:
- Greenpeace International (25/05/2011): “Milhões de hectares da floresta equatorial da Amazônia ameaçados pelo grande massacre da serra elétrica.”
- BBC Brasil (25/05/2011): “Brasil aprova código florestal ‘retrógrado’.”
- AFP (25/05/2011): “Interesses agrícolas do Brasil fazem um a zero contra proteção florestal.”
- UPI (27/05/2011): “Nova lei facilitaria regras de desmatamento.”
- Reuters (24/05/2011): “Agricultores ganham, florestas em risco com lei de terras do Brasil.”
- Inter Press Service (26/05/2011): “Um dia negro para a Floresta Amazônica do Brasil.”
- Financial Times (26/05/2011): “Lei florestal do Brasil, ameaça à Amazônia.”
- Daily Telegraph (26/05/2011): “Brasil elimina leis que protegem grandes trechos da floresta equatorial.”
A presteza e a escala dessa mobilização denotam um exemplo clássico do que alguns estrategistas denominam “guerra de quarta geração” contra os Estados nacionais, conflitos “irregulares” travados em que um dos lados é integrado por agentes não estatais. Por sua grande capacidade de influência na política interna do País, o aparato ambientalista internacional é um legítimo praticante dessa modalidade de guerra irregular, que, na verdade, se mostra muito mais eficaz do que uma intervenção militar clássica.
Mesmo sem fazer uso do conceito, o deputado Aldo Rebelo apontou na direção certa ao contestar as acusações dos ambientalistas, em uma entrevista ao jornalista Mauro Zanatta, do Valor Econômico (27/05/2011):
Valor: Isso pode ser um “liberou geral”, estimular o desmatamento?
Aldo: Pelo contrário. Não haveria um “liberou geral” aprovado por 410 votos na Câmara. O que o lobby ambientalista não admite é perder o monopólio do ato de legislar sobre esse assunto. Se os ruralistas tivessem 410 votos na Câmara, nem eu seria o relator e nem esse seria o relatório. Seguramente, não haveria 80% de reserva legal na Amazônia nem APP de 500 metros que não existe em nenhum lugar do mundo. O que ocorreu foi que os ruralistas aceitaram a mediação da maioria da Câmara e da maioria dos partidos. O lobby ambientalista não aceitou e fica fazendo propaganda falsa de que o relatório admite desmatamento e anistia. Espalha criminosamente pela mídia internacional essa versão e consegue “plantar” isso numa parte da mídia brasileira. Isso não passa de farsa, de mentira. O que aconteceu foi a capacidade da imensa maioria, que não é ruralista nem ambientalista, de impor uma solução intermediária, que é a solução dos 410 deputados a favor do meu relatório.
Na segunda-feira 30 de maio, Rebelo divulgou uma nota de esclarecimento sobre o assunto, que reproduzimos (no link) a seguir: http://blogdoambientalismo.com/nota-sobre-a-aprovacao-do-codigo-florestal-nem-desmatamento-nem-anistia/
  
Créditos  este post é matéria apresentada no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, doMSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. III, Nº 03, de 03 de junho de 2011. Introduzi subtítulos no texto para facilitar e incentivar a leitura.
MSIa INFORMA  é uma publicação do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa). Conselho Editorial: Angel Palacios, Geraldo Luís Lino, Lorenzo Carrasco (Presidente), Marivilia Carrasco, Nilder Costa e Silvia Palacios. Endereço: Rua México, 31 – sala 202 – Rio de Janeiro (RJ) – CEP 20031-144; Telefax: 0xx 21-2532-4086.
Para saber mais sobre o tema  visitar os sites da MSIa/Capax Dei:http://www.alerta.inf.br/ e http://www.msia.org.br/.
Mensagens e sugestões  favor enviar para msia@msia.org.br ou para Editoria MSIa:geraldo@msia.org.br

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Como se vive? Você do Greenpeace viveria???

Já falei sobre isso em outro oportunidade mas vou repetir. Acho importante colocar as coisas de um outro jeito.

Como se vive onde não tem luz, água encanada, internet, asfalto???
O que é mais importante? A vida do teu filho ou da Árvore? Responda rápido!

Essa é realmente a maior questão a ser respondida...
Se você é partidário da primeira resposta, provavelmente você habita em outro lugar, onde provavelmente tem asfalto na porta, hospital no quarteirão e fast-food na esquina... Ainda assim, duvido muito que você escolha a primeira resposta... Simplesmente porque somos assim, nosso lado mamífero e animal sobrepõe o lado racional nas questões de sobrevivência da nossa espécie.

Agora, se você de cara, já parte pra segunda possibilidade, então você apoia boa parte do desmatamento e extração de madeira na amazônia. E isso é simples, porque boa parte dele está relacionado basicamente a questões de sobrevivência familiar e a garantia de continuidade de seu núcleo...

Muita gente ainda pensa que quando um madeireiro retira a madeira por um preço muitas vezes ínfimo da terra de um assentado ou de um agricultor familiar, ele o faz por ma fé ou por querer trapacear. Ledo engano. A maioria da madeira que abastece de forma irregular as poucas serrarias que ainda funcionam na região amazônica vem de pequenas áreas, de assentamentos, do agricultor familiar...

E porque ela é vendida tão barata?
Simples! Porque quando ocorrem as negociações no locais mais distantes do Estado do Pará e da região, esta é feita pelo produtor não porque ele é mau ou destruidor da floresta por simples vontade. Ele o faz de forma barata porque o que menos importa pra ele é a madeira, seu foco na verdade é a estrada que vai ficar após a extração, porque é por ela que esse agricultor vai carregar sua família e escoar sua produção... A FLORESTA, PARA A GRANDE MAIORIA DOS MORADORES DAS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS, É UM ESTORVO!

E o grande pecuarista? E os bois que ocupam onde antes era floresta?
Simples também... Questões de mercado e também sobrevivência. Mercado porque a hora que desejar, esse produtor vende aonde estiver esse boi, bezerro, vaca ou novilha... E a um bom preço. Sobrevivência também, porque se precisar vender um caminhão de bananas esse cara vai precisar do caminhão, da estrada, de alguém disposto a ir lá, só pra começar... Com o boi não, pois ele anda, e se precisar tocar 50, 60 quilômetros, ele toca o bicho e onde chegar o vende...

Então a realidade é simples e direta:

Enquanto a vida do teu filho for mais importante que uma árvore centenária, o "VALOR" que a urbe atribui a ela (à árvore) não serve.

Serviços ambientais? Não acredito! Mas em breve escreverei um pouco sobre isso.

Publicado no Diário Oficial da União o Plebiscito sobre Tapajós

Segue o link para a visualização do mesmo.
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=03/06/2011
Boa Sorte e vamos nós...
Carajás & Tapajós JÁ!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Amigo Podalyro...

Bons tempos aqueles da FCAP (FCAP sim, não UFRA). Tempos saudosos que lembro agora lendo tuas palavras acerca de tua amada Santarém...
Que Deus te guarde sempre e que possamos um dia comemorar juntos. Tapajós e Carajás JÁ!
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Não posso perder a esperança


Podalyro Neto

Não posso perder a esperança
Podalyro 
Neto *

Santarém - No próximo dia 22 de junho Santarém completará 250 anos de existência. Muito provavelmente, muitos sairão as ruas para festejar tal data. O aniversário deve servir para festejarmos a cidade e refletirmos sobre o seu presente, seu passado e seu futuro. Temos uma história muito parecida como a de muitas cidades do Brasil. Fomos “descobertos” pelos portugueses que aqui estabeleceram os seus domínios e para marcar a sua presença e seu “modus operandi”, exterminaram os habitantes do lugar. Nos tornamos vila e não demorou muito para nos tornarmos cidade. De lá pra cá muita coisa aconteceu. A cidade foi palco de batalhas durante a revolta cabana; recebemos emigrantes norte americanos; fomos área segurança nacional durante o regime ditatorial militar; testemunhamos a revolta de Veloso; voltamos a democracia e por último reivindicamos ser capital do futuro Estado do Tapajós.

Se por um lado fomos oprimidos pelo regime militar totalitário iniciado em 1964, por outro, eles (os ditadores) nos deram as maiores obras de infraestrutura que uma cidade do interior da Amazônia poderia ter. Foram dezenas de quilômetros de galerias de esgoto que se perderam com a incompetência dos gestores municipais; tivemos o privilégio de ter somente para nós uma hidrelétrica (Curua-Una) que foi construída na época em que muitas cidades da região nem sequer sabiam o que significava; tivemos a construção da avenida Tapajós que serviu para mostrar à todos o rio e aumentar ainda mais essa relação, nem sempre harmônica, da cidade com o azul Tapajós.

Já vai tempo que não planejamos e lamentavelmente, a nossa cidade não construiu ainda, qualquer projeto de médio e longo prazo, que nos permita olhar com segurança, para além dos 350 anos e enxergar um novo horizonte, melhor para todos.

Nossa identidade cultural morre aos poucos. Não demorará muito tempo para o pouco patrimônio cultural arquitetônico desaparecer. Pobre cidade que assiste inerte e de maneira irresponsável, a morte da sua infraestrutura, da sua saúde, da sua gestão em nome da falta de vontade política. Somos omissos e coniventes com o estado de penúria em que Santarém vive. Não temos outra opção que não seja cumprir com as nossas obrigações de cidadão cobrando da prefeita, de seu irmão ou seja lá quem for, ações e atitudes. Não posso perder a esperança de que é possível colocar um fim a esse estado de degeneração, irresponsabilidade e estupidez instalado na Santarém que tanto amamos e queremos bem.
(*) Engenheiro Agrônomo