Que Deus te guarde sempre e que possamos um dia comemorar juntos. Tapajós e Carajás JÁ!
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Não posso perder a esperança
Podalyro Neto
Podalyro
Neto *
Santarém - No próximo dia 22 de junho Santarém completará 250 anos de existência. Muito provavelmente, muitos sairão as ruas para festejar tal data. O aniversário deve servir para festejarmos a cidade e refletirmos sobre o seu presente, seu passado e seu futuro. Temos uma história muito parecida como a de muitas cidades do Brasil. Fomos “descobertos” pelos portugueses que aqui estabeleceram os seus domínios e para marcar a sua presença e seu “modus operandi”, exterminaram os habitantes do lugar. Nos tornamos vila e não demorou muito para nos tornarmos cidade. De lá pra cá muita coisa aconteceu. A cidade foi palco de batalhas durante a revolta cabana; recebemos emigrantes norte americanos; fomos área segurança nacional durante o regime ditatorial militar; testemunhamos a revolta de Veloso; voltamos a democracia e por último reivindicamos ser capital do futuro Estado do Tapajós.
Se por um lado fomos oprimidos pelo regime militar totalitário iniciado em 1964, por outro, eles (os ditadores) nos deram as maiores obras de infraestrutura que uma cidade do interior da Amazônia poderia ter. Foram dezenas de quilômetros de galerias de esgoto que se perderam com a incompetência dos gestores municipais; tivemos o privilégio de ter somente para nós uma hidrelétrica (Curua-Una) que foi construída na época em que muitas cidades da região nem sequer sabiam o que significava; tivemos a construção da avenida Tapajós que serviu para mostrar à todos o rio e aumentar ainda mais essa relação, nem sempre harmônica, da cidade com o azul Tapajós.
Já vai tempo que não planejamos e lamentavelmente, a nossa cidade não construiu ainda, qualquer projeto de médio e longo prazo, que nos permita olhar com segurança, para além dos 350 anos e enxergar um novo horizonte, melhor para todos.
Nossa identidade cultural morre aos poucos. Não demorará muito tempo para o pouco patrimônio cultural arquitetônico desaparecer. Pobre cidade que assiste inerte e de maneira irresponsável, a morte da sua infraestrutura, da sua saúde, da sua gestão em nome da falta de vontade política. Somos omissos e coniventes com o estado de penúria em que Santarém vive. Não temos outra opção que não seja cumprir com as nossas obrigações de cidadão cobrando da prefeita, de seu irmão ou seja lá quem for, ações e atitudes. Não posso perder a esperança de que é possível colocar um fim a esse estado de degeneração, irresponsabilidade e estupidez instalado na Santarém que tanto amamos e queremos bem.
(*) Engenheiro Agrônomo
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