post retirado do Blog do Ambientalismo
O secretário estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, que já ocupou a pasta ambiental em Brasília, celebrou publicamente a demissão do hoje ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, por acreditar que a sua saída implicaria na suspensão dos planos de asfaltamento da rodovia BR-319, Manaus-Porto Velho. A informação, divulgada em 7 de julho pelo colunista político do jornal O Globo, Ilimar Franco, proporciona uma sutil evidência de um processo que ficou ocultado pela sucessão de denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes: a campanha permanente do movimento ambientalista contra a modernização da infraestrutura viária da Amazônia Legal.
Entraves ao desenvolvimento
De fato, independentemente da necessidade de investigação e correção das irregularidades verificadas na atuação do ministério, é fundamental que sejam evitadas quaisquer generalizações e, principalmente, que não se permita que obras e projetos de importância crucial para facilitar a circulação de pessoas e mercadorias em uma região carente de infraestrutura sejam ainda mais retardados ou adiados. Este é o caso da pavimentação das rodovias BR-163 (Cuiabá-Porto Velho), BR-319 e outras, às quais os ambientalistas têm oposto uma ferrenha resistência, como parte de sua agenda de obstaculizar o desenvolvimento socioeconômico do Centro-Oeste/Norte do País.
Para complicar ainda mais o quadro, a varredura anticorrupção está alcançando também os batalhões de engenharia do Exército, que estão plenamente engajados em uma série de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entre elas a BR-163. Uma reportagem do Correio Braziliense de 25 de julho revela que o Ministério Público Militar ofereceu denúncia contra um grupo criminoso que atuava dentro da interface militar-civil das operações do PAC, envolvendo o Instituto Militar de Engenharia (IME), o Departamento de Engenharia e Construção do Exército e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O grupo, integrado por seis oficiais militares e nove civis, foi acusado do desvio de recursos públicos no montante de R$ 11 milhões, referente a licitações realizadas pelo IME para convênios com o DNIT, em 2004 e 2005.
Nesse contexto, não será surpresa se surgirem críticas e pressões para o afastamento ou diminuição da participação dos militares em tais empreendimentos.
Contra o ambientalismo…
O fator ambiental contribuiu para que o agora ex-diretor-geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot, fosse alvo de uma superexposição midiática superior à de todos os demais demitidos do ministério, inclusive o próprio ex-ministro Alfredo Nascimento (a começar pelo jornal O Globo, o que não causa espécie, dados os notórios vínculos da família Marinho com o WWF-Brasil, uma das ONGs que coordena a investida contra o desenvolvimento amazônico).
Pagot é um veterano opositor das campanhas ambientalistas contra a infraestrutura amazônica, em especial as que se opoem ao asfaltamento de rodovias e à implementação de hidrovias, desde a década de 1990, quando era diretor da empresa Hermasa Navegação da Amazônia, do grupo Maggi, e posteriormente, como secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, na gestão do governador Blairo Maggi. Em uma entrevista publicada na edição de março de 2005 da revista Tecnologística, Pagot, então no governo de MT, exprimiu a impressão cada vez mais generalizada na região quanto aos excessos ambientalistas, inclusive, as constantes intervenções do Ministério Público:
«Temos o desconhecimento total de procuradores e pseudoambientalistas, que não sabem o que é uma marola e não sabem o bem que fazem embarcações indo e vindo… Ninguém quer passar por cima das leis ambientais, mas queremos ser independentes. Que as decisões sobre as hidrovias sejam brasileiras e não influenciadas por organizações que defendem os empregos no Hemisfério Norte.»
Cuidado político
É fácil perceber que tais posições não o tornaram um campeão de popularidade entre os ambientalistas e seus simpatizantes, entre eles, jornalistas ávidos de manchetes sensacionalistas (até mesmo uma casa que está construindo em uma rua sem pavimentação e água encanada, na periferia de Cuiabá, foi convertida numa “mansão”, antes de ser apresentada em suas reais proporções).
De qualquer maneira, é preciso extremo cuidado, para que não se jogue fora o bebê junto com a água do banho. Se é louvável qualquer esforço para conferir um mínimo de ética e transparência à administração pública em geral, é necessário um empenho igualmente sério para não se permitir que a expansão e modernização da infraestrutura viária de uma região que equivale a quase dois terços do território nacional seja mais prejudicada do que já foi, pela agenda antinacional dos radicais do ambientalismo.
Movimento de Solidariedade Íbero-americana
Créditos ➞ este post é matéria apresentada no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, do MSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. III, No 11, de 28 de julho de 2011. Introduzi subtítulos no texto para facilitar e incentivar a leitura.
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