Banco do Brasil quer retomar dívidas rurais
O Banco do Brasil já disponibilizou, na sua rede de agências espalhadas por todo o Pará, as novas condições para renegociação de dívidas de produtores rurais. A medida, que tem como público-alvo os clientes com operações vencidas até 30 de junho do ano passado, foi preconizada na Medida Provisória 517, editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que estabeleceu tratamento diferenciado pelos bancos no trato das dívidas do setor agrícola.
O superintendente de negócios do Banco do Brasil no Pará, Rubem Hansen, informou esta semana que o plano especial de renegociação de dívidas vai beneficiar cerca de 16 mil produtores rurais em todo o Estado, tanto do Pronaf (agricultura familiar) quanto da chamada agricultura empresarial. Ruben Hansen destacou que, para regularizar sua situação, os agricultores em débito deverão procurar uma das 103 agências do Banco do Brasil instaladas em 89 municípios do Pará, número que será ampliado ainda este ano com a abertura de oito novas agências.
SEM PENDÊNCIAS
O Banco do Brasil decidiu pela renegociação das dívidas do setor rural, de acordo com o seu superintendente, porque para a instituição não é interessante manter pendências. “O Banco do Brasil é o braço do agronegócio brasileiro. Uma das principais missões do banco é trabalhar pelo desenvolvimento do país”, afirmou Rubem Hansen. Por isso – acrescentou –, as pessoas que têm restrições no cadastro poderão se regularizar, excluir seu nome do cadastro negativo e, com isso, voltar a ser um agente econômico ativo.
Esta, aliás, é uma questão muito importante, conforme frisou o superintendente. Ao renegociar a dívida, o cliente ficará completamente livre de quaisquer restrições, podendo voltar a operar normalmente com o sistema financeiro e, se tiver interesse, realizar inclusive nova operação de crédito com o próprio Banco do Brasil. Outro aspecto relevante é a exclusão dos encargos de inadimplemento para as renegociações formalizadas até o próximo dia 29 de abril.
Entre outras vantagens, o Banco do Brasil está oferecendo aos produtores em débito a possibilidade do alongamento do prazo máximo de pagamento para até dez anos, desde que 40% da dívida seja paga em até cinco anos. A entrada mínima será de 10% do valor recalculado. No recálculo do débito, o BB vai excluir as multas e os juros de mora. Isso fará com que, em alguns casos e dependendo do tempo de permanência do débito, o seu valor possa ser reduzido à metade ou até menos.
Rubem Hansen revelou, depois de cálculo ligeiro, que uma dívida vencida no final de dezembro de 2009, por exemplo, será enxugada em aproximadamente 30%. “Quanto mais antigo for o débito, maior será o valor enxugado”, acrescentou. Ele disse que o banco não fez ainda um levantamento das dívidas que se enquadram no perfil do plano especial de renegociação, mas garantiu que o montante não chega a ser muito alto, até porque há muitas operações de pequeno valor – variando entre R$ 3 mil e R$ 5 mil – realizadas com clientes da agricultura familiar.
Banco reúne 75% do crédito agrícola do país
O Banco do Brasil tem hoje disponível, para aplicação na agricultura empresarial paraense, recursos da ordem de R$ 120 milhões, além de R$ 20 a 25 milhões de reais, dependendo da demanda, para investimento, através do Pronaf, na agricultura familiar. “Dinheiro não falta. O banco está em condições de atender toda a demanda”, declarou o superintendente de negócios Rubem Hansen, acrescentando que a instituição dispõe de dez diferentes linhas de crédito para cada segmento do setor agrícola, entre familiar e empresarial.
Atualmente, conforme frisou Rubem Hansen, o Banco do Brasil responde por 75% de todo o crédito agrícola investido no país.
No Estado do Pará, o BB e o Banco da Amazônia participam com 90% do total de crédito agrícola, ficando os 10% restantes a cargo dos bancos privados. Com uma participação tão importante no mercado, ele acha que o Banco do Brasil agiu bem e no momento certo ao decidir pela regularização das dívidas em atraso.
Na sua avaliação, há perspectivas de grande crescimento, no Pará, da cultura do dendê, de cacau e de floresta plantada, para produção de madeira e celulose, inclusive, em relação às primeiras culturas, com a presença substancial de pequenos agricultores. Os produtores rurais hoje com restrições no cadastro, em função de dívidas, passarão a ter restrição zero a partir da renegociação e voltarão a ter acesso a todas as linhas de crédito do banco.
DEMANDA
Por outro lado, acrescentou Rubem Hansen, há uma crescente demanda mundial por alimentos e, na ampliação da oferta, o Brasil tende a desempenhar um papel muito importante, segundo previsão da própria ONU, a Organização das Nações Unidas. “O momento também é oportuno porque temos uma safra com boa produtividade combinada com a apreciação contínua das commodities agrícolas no mercado internacional”.
Federação aprova renegociação das dívidas
O presidente da Faepa, Carlos Fernandes Xavier, disse que a inadimplência no setor agrícola no Pará resultou de vários fatores. Entre estes, citou a rigidez da legislação, tanto ambiental quanto fundiária, as deficiências de infraestrutura, as dificuldades de escoamento da produção e os custos excepcionalmente altos para o agronegócio na Amazônia e em particular no Pará.
Para Carlos Xavier, o Banco do Brasil, ao renegociar os débitos e resgatar os produtores hoje inadimplentes, dá uma contribuição muito importante à economia paraense. “O Banco do Brasil está agindo como parceiro na indução ao desenvolvimento do Estado, criando as condições necessárias para a maior geração de empregos, a circulação da riqueza e a ampliação da oferta de alimentos para a população paraense”, afirmou Xavier.
Do plano atual de renegociação estão excluídas as dívidas renegociadas na segunda metade da década de 1990, com as medidas governamentais de securitização, adotadas pelo governo em 1995, e com o Plano Especial de Securitização de Ativos (Pesa), dois anos depois.
No quadro abaixo está o calendário de realização dos mutirões de sensibilização e esclarecimento aos produtores rurais, em municípios do Pará, sobre a regularização de dívidas agrícolas pelo Banco do Brasil. Esses encontros têm o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e dos sindicatos de produtores rurais nos respectivos municípios.
juros atualizados em TR + 1% , que vai dar mais de 16% ao Ano, isso é uma vergonha aos agricultores, a maior mentira que o banco já fez
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